Por trás das declarações de Lira contra o ministro Alexandre Padilha (Relações Institucionais) está a insatisfação do presidente da Câmara com a articulação do governo contra Elmar Nascimento (União Brasil-BA), nome favorito para comandar a casa a partir de 2025.
A avaliação de aliados de Lira e de Elmar é que a manutenção da prisão do deputado Chiquinho Brazão, à revelia de parte do Centrão e de bolsonaristas, deixou uma imagem de força do governo na Câmara. Derrubar o veto de Lula, portanto, é mostrar que o candidato de Lira à sua sucessão ainda é o mais forte.
Elmar não tem o apoio do Palácio do Planalto, devido à oposição que faz ao PT na Bahia e à proximidade com Lira. Sua vitória para a presidência da Câmara significaria a continuidade das divergências entre governo e Congresso sobre quem deve sobressair nas decisões sobre emendas parlamentares.
Lula vetou o nome do deputado baiano e ordenou que a articulação política trabalhe com alternativas. Ninguém diz no governo, mas o nome, como mostrou o Bastidor, é o de Marcos Pereira (Republicanos-SP).