Bateram palmas no meu portão. Meu portão de madeira recém pintado. Olhei pela janela e quem batia era uma velha senhora de roupa escura. Pelas frestas do meu portão de madeira recém pintado vi seu sorriso amarelo sedutor e mãos ossudas acenando que pareciam dizer:
— Vamos, Mario José, está na hora.
Eu então não disse palavra, ignorei a figura, fechei minha janela como se não fosse comigo, encolhi-me num canto e pensei:
— Eu, hein! Vai tomar no seu cu, minha senhora!
06|11|2007