Um homem. Enrugado, calvo, mão direita levantada. Seu polegar e indicador se tocam. Nesse instante, mão e olho explodem simultaneamente. Depois o braço, o lado direito do rosto, e logo após, o esquerdo. A massa pastosa de ambos (braço e rosto) mistura-se e cobre todo o corpo. O homem toma a forma de uma pasta. A pasta se transforma num rochedo. O líquido viscoso adquire consistência pétrea. Súbito, no topo do rochedo, um traço. O traço cresce até se tornar uma rachadura. A rocha, dura, então é uma casca. A casca de um grande ovo. O ovo se quebra e, do interior, minúsculo, surge ele. Um homem.
Antonio Cescatto
Sobre Solda
Luiz Antonio Solda, Itararé (SP), 1952. Cartunista, poeta, publicitário reformado, fundador da Academia Paranaense de Letraset, nefelibata, taquifágico, soníloquo e taxidermista nas horas de folga. Há mais de 50 anos tenta viver em Curitiba. É autor do pleonasmo "Se não for divertido
não tem graça". Contato: luizsolda@uol.com.br
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