Metamorfose ambulante ou barata maquiavélica?

Lula vomitou grosseira e tosca metáfora de futebol sobre a demissão de Ana Moser e a nomeação de Fufuca para o ministério do Esporte. Foi desrespeitoso com a atleta que ao aceitar ser ministra honrou-o com a credibilidade que um Lula fragilizado precisava após derrotar Jair Bolsonaro (a pequena diferença de votos e a não eleição de uma bancada ou coligação musculosa dizem muito). Com a cada vez mais cínica e fria falta de noção, não deixou barato para o novo ministro, retratado pelo presidente como mero peão no tabuleiro coalizão da picaretagem.

O mínimo que se pode dizer de mais este palpite infeliz de Lula é que o presidente supera-se na arrogância dos vaidosos que consideram seu sucesso um atestado liberatório para a ignorância, sua língua a resvalar no cacoete autossuficiente de ditador ditador cucaracha que revelou ao sugerir que as decisões do STF sejam secretas.  Ao sair, ofendida e humilhada, a ex-ministra mostrou superioridade e elegância ao nada dizer sobre o comportamento do presidente. A metamorfose ambulante transforma-se em barata maquiavélica.

Sobre Solda

Luiz Antonio Solda, Itararé (SP), 1952. Cartunista, poeta, publicitário reformado, fundador da Academia Paranaense de Letraset, nefelibata, taquifágico, soníloquo e taxidermista nas horas de folga. Há mais de 50 anos tenta viver em Curitiba. É autor do pleonasmo "Se não for divertido não tem graça". Contato: luizsolda@uol.com.br
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