Nas palavras do oligarca do PL, Michelle Bolsonaro “pode ser candidata até a presidente da República”, pois “ninguém sabe o dia de amanhã.” A ex-primeira-dama foi promovida de coadjuvante a protagonista. Tornou-se o “Plano B” de Valdemar. Colecionador de processos, Bolsonaro é alvejado por 16 ações apenas na Justiça Eleitoral. Valdemar parece farejar o pior.
Conhecido por sua personalidade múltipla, Valdemar diz não acreditar na hipótese de o TSE cassar os direitos políticos de Bolsonaro. “Vai condenar por quê? Por que ele falou isso ou aquilo? Não tem cabimento. Que crime ele cometeu?” Em privado, o dono do PL reconhece que é grande, muito grande, enorme a chance de Bolsonaro chegar a 2026 inelegível. Por isso amarra um balão de ensaio no pescoço de Michelle.
Embora a fuga não orne com sua pose de valentão, Bolsonaro prolonga sua estadia em Orlando. Tem medo de ser preso. Michelle desembarcou sozinha no Brasil, na noite de quinta-feira. Nos próximos dias, vence o visto de chefe de Estado usado por Bolsonaro para entrar na terra do Pateta. O capitão terá que contar com a condescendência alheia para permanecer nos Estados Unidos na sua condição atual: um fugitivo tóxico, com camuflagem de turista.
Joe Biden é pressionado por parlamentares americanos a interromper a pantomima, mostrando a Bolsonaro a porta de saída da América. Em 10 de fevereiro, Biden receberá Lula na Casa Branca. Conversarão sobre as semelhanças entre o Capitólio e seu replay brasiliense. Resta saber se Biden resistirá à tentação de empurrar Bolsonaro, diplomaticamente, de volta para casa antes da chegada de Lula.