Minha classe não gosta, logo, é uma bosta!

Em 1982, na Múltipla Propaganda, não existia ainda a chamada dupla de criação. Todo mundo fazia tudo com todos. Uma brincadeira que praticávamos constantemente, era fazer poesia em parceria. Assim: um sentava e datilografafa (sim, ainda não existiam os computadores, crazy people) uma parte, outro vinha e mandava ver. Tenho algumas guardadas. Entre elas, esta, que fiz com Paulo Leminski. Nota-se com clareza quem fez o que.

eu quero
me afogar na salmoura
dormir
na mangedoura
ser um monge
de outrora
o dia inteiro
fazendo hora
cortar
o mal com tesoura
eu quero o mal
mal quero
e tudo me apavora
o povo
o polvo
a pólvora
tudo enfim
que meu cavalo sente
quando me senta
espora

solda/leminski

Sobre Solda

Luiz Antonio Solda, Itararé (SP), 1952. Cartunista, poeta, publicitário reformado, fundador da Academia Paranaense de Letraset, nefelibata, taquifágico, soníloquo e taxidermista nas horas de folga. Há mais de 50 anos tenta viver em Curitiba. É autor do pleonasmo "Se não for divertido não tem graça". Contato: luizsolda@uol.com.br
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