‘Montei uma quadrilha para tirar 36 milhões da miséria’, diz Lula no Rio

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© Ricardo Stuckert|Insituto Lula

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta segunda (26) que não aceitava as ofensas de “um menino procurador” que o acusa de formar “uma quadrilha”.

Em um comício em apoio à candidatura de Jandira Feghali (PC do B) à prefeitura do Rio, ele pediu desculpas ao público por fazer um desabafo no final do seu discurso de 37 minutos e disse que estava “indignado” com o procurador da República Deltan Dallagnol.

“Não posso aceitar as ofensas de um menino procurador que diz que formei uma quadrilha. Montei uma quadrilha, sim, para tirar 36 milhões de pessoas da miséria. Uma quadrilha que criou 22 milhões de empregos formais, colocou milhões de pessoas na classe média”, afirmou Lula na praça da Fé, em Bangu, zona oeste do Rio.

O ex-presidente contou que sente “um ódio acumulado” dos procuradores contra ele e disse que “o único mérito que eles têm é que são concursados”.

“Vejo nesses meninos procuradores esse ódio. Eu não prestei concurso, tenho diploma de torneiro mecânico. O concurso não mede caráter, ética. É como a carteira de motorista. Não é porque você tirou a carta que sabe dirigir”, acrescentou.

No dia 14, ele foi denunciado pela força-tarefa da Lava Jato sob acusação de comandar o esquema de corrupção na Petrobras e atuar, junto com a empreiteira OAS, no desvio de ao menos R$ 87,6 milhões da estatal.

Segundo Dallagnol, “Lula era o maestro dessa grande orquestra concatenada para saquear os cofres públicos”.

O ex-presidente disse que estava com “a consciência tranquila, apesar da devassa” na sua vida e de seus familiares.

“Tem muita gente honesta no Ministério Público, na Polícia Federal, em qualquer lugar, mas ninguém é melhor do que eu, no máximo podem ser iguais”, afirmou.

Ao falar sobre as eleições presidenciais de 2018, Lula mandou um recado aos procuradores. “Se vocês me perseguem para eu ser candidato, vocês se tornaram os meus principais cabos eleitorais”, disse. Folha de São Paulo

Sobre Solda

Luiz Antonio Solda, Itararé (SP), 1952. Cartunista, poeta, publicitário reformado, fundador da Academia Paranaense de Letraset, nefelibata, taquifágico, soníloquo e taxidermista nas horas de folga. Há mais de 50 anos tenta viver em Curitiba. É autor do pleonasmo "Se não for divertido não tem graça". Contato: luizsolda@uol.com.br
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