Moro e o zagueiro da Suécia

QUEM não é craque tem que combinar a jogada com o zagueiro adversário. Vem da sabedoria eterna de Garrincha ao ouvir a orientação tática do técnico Vicente Feola sobre o ataque à seleção da Suécia. Por ser gênio, Garrincha só confiava em suas pernas tortas e no bamboleio que desnorteava os zagueiros. Nosso Paraná inventou um craque em Sérgio Moro, o ex-juiz da Lava Jato – que de craque não tem sequer a craca do campinho de várzea.

Moro, que conseguiu descer de candidato assegurado a candidato a candidato, fugiu do Podemos, o partido que lhe dava candidatura, casa, comida e roupa lavada. Tipo filho ingrato, vendeu a alma e os 7% de votos ao União Brasil. Porém o cacoete de juiz falou mais forte, um cachimbo que entortou a boca de Moro. Faltou alguém, quem sabe a Conje ou o compadre coordenador da campanha, para perguntar se Sérgio Moro tinha combinado a esperteza com o zagueiro do União Brasil.

Moro nem esquentou o banquinho da janela e quando o zagueiro derrubou na área o recém contratado atacante da Lava Jato. O zagueiro chama-se ACM Neto, grande acionista do União Brasil, que rejeita a filiação do atacante Sérgio Moro. Quem não é craque tem que confiar no treinador. Moro não combinou com ACM Neto, que já tinha fechado aliança branca com Lula para disputar o governo da Bahia, para qual o PT queimou seus candidatos fortes para viabilizar a eleição de ACM Neto.

Sobre Solda

Luiz Antonio Solda, Itararé (SP), 1952. Cartunista, poeta, publicitário reformado, fundador da Academia Paranaense de Letraset, nefelibata, taquifágico, soníloquo e taxidermista nas horas de folga. Há mais de 50 anos tenta viver em Curitiba. É autor do pleonasmo "Se não for divertido não tem graça". Contato: luizsolda@uol.com.br
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