Morre aos 78 anos Maria Esther Bueno, maior tenista brasileira

Douglas Miller|Keystone|Getty Images

Ela venceu 19 títulos de Grand Slam, os mais importantes do esporte, nos anos 1950 e 1960

Maria Esther Bueno, maior tenista brasileira da história, morreu nesta sexta-feira (8), aos 78 anos, em São Paulo. Ela estava internada no Hospital 9 de Julho desde maio (o dia exato não foi informado pela instituição), devido a um câncer na boca. A informação foi confirmada pelo hospital e pela família da atleta.

O velório será neste sábado (9), no Palácio dos Bandeirantes, das 8h às 15h, aberto ao público. O sepultamento ocorrerá no cemitério da Consolação, restrito a família e amigos.

“A diretoria de Esportes do Grupo Globo manifesta profundo pesar pelo falecimento de Maria Esther Bueno, maior tenista brasileira de todos os tempos e comentarista de grandes torneios de tênis no SporTV”, disse a emissora, na qual Maria Esther era comentarista.

Maria Esther nasceu em São Paulo em 11 de outubro de 1939 e começou a jogar no Clube de Regatas Tietê.

Somente em torneios do Grand Slam, ela conquistou 19 taças, entre simples, duplas e duplas mistas. Foi considerada a melhor do mundo em 1959, 1960, 1964 e 1966, numa época em que não existia o ranking.

Por esses motivos, em 1978 ela entrou no Hall da Fama do tênis, feito que apenas outra sul-americana (a argentina Gabriela Sabatini) alcançou. Guga também recebeu a honraria em 2012.

“Em 1960, eu ganhei o Aberto da Austrália, Roland Garros, Wimbledon e o Aberto dos EUA com parcerias diferentes”, disse ela em entrevista à WTA (Associação de Tênis Feminino). “Foi algo grandioso.”

Foi a primeira a fechar o “calendar Grand Slam”, conquistar os quatro maiores torneios na mesma temporada, de duplas. O feito só foi repetido por Martina Navratilova (1984), Pam Shriver (1984) e Martina Hingis (1998).

Maria Esther Bueno não considera esse o maior feito de sua carreira, mas sim o título de simples na grama de Wimbledon, em 1959.

“Eu vinha do Brasil, onde havia apenas quadras de saibro, e a gente não tinha oportunidade de jogar na grama, então ganhar pela primeira vez foi uma grande surpresa”, afirmou ela, que tinha apenas 19 anos na ocasião do título.

Quando começou o profissionalismo no tênis, em 1968, a brasileira já sofria com uma lesão no braço.

Maria Esther Bueno jogou numa época em que não havia tie-break (sistema de desempate) e as partidas eram mais longas —ela contava que chegou a disputar 120 games consecutivos.

A premiação também é bem diferente da atual. O prêmio para a campeã de Wimbledon em 2018 é de US$ 3,08 milhões (cerca de R$ 11,5 milhões). Em 1959, a conquista valeu à brasileira 15 libras (cerca de R$ 56).

Maria Esther Bueno anunciou o encerramento da carreira pela primeira vez em 1969, mas voltou às quadras nos anos 1970 e chegou à quarta rodada de Wimbledon em 1976.

Em 2015, a quadra central do centro de tênis no Parque Olímpico do Rio foi batizada com o nome dela. Nos últimos anos, Maria Esther atuou como comentarista dos canais SporTV e era presença constante no Aberto do Rio, principal torneio de tênis do país.

Revista Veja

Sobre Solda

Luiz Antonio Solda, Itararé (SP), 1952. Cartunista, poeta, publicitário reformado, fundador da Academia Paranaense de Letraset, nefelibata, taquifágico, soníloquo e taxidermista nas horas de folga. Há mais de 50 anos tenta viver em Curitiba. É autor do pleonasmo "Se não for divertido não tem graça". Contato: luizsolda@uol.com.br
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