– Uma eleição montada sobre fakenews, com milhões de disparos nas redes sociais de forma ilegal, e ainda sem o julgamento da burla às eleições.
– Um juiz que se transforma em ministro numa vitória eleitoral garantida, dentre outras coisas, pela galvanização de notícias de depoimentos e acordos de delação que deveriam ser sigiloso, com a seletiva escolha de notícias para divulgar na mídia às vésperas das eleições.
Para um impeachment do presidente, são necessários alguns elementos políticos.
Primeiro, é necessário um acordo com o vice-presidenter, o que é relativamente fácil. Contudo, a votação é no Congresso e no tapetão no Supremo Tribunal Federal. Isso dificilmente acontecerá tendo em vista o maciço apoio das bancadas evangélicas que, em breve, transformarão o Brasil num estado teocrático.
Outro fator importante é o apoio dos donos da opinião pública brasileira, isto é, dos canais de televisão e dos jornalões. O que também é difícil diante de uma parcela dos proprietários serem da ampla base religiosa.
Uma parte das elites (do atraso) devem também concordar com a deposição do presidente. Isso também é complicado pois há políticas fortes de incentivo a favor do garimpo, do desmatamento e da liberação dos agrotóxicos forma desenfreada para os que são protegidos pela bancada ruralista.
Mais: o forte apoio dos bancos e investidores internacionais que já festejam a reforma da previdência e a venda das estatais brasileiras. Sempre com a garantia, é claro, dos setores militares sob o rótulo de manutenção de lei e da ordem.
Portanto, trata-se de um apoio dos setores evangélicos baseados no congresso nacional, de parte do empresariado rural, dos setores do agronegócio despreocupados com a biodiversidade, das elites dos banqueiros e de grupos internacionais petrolíferos.
Por último, a barreira do Poder Judiciário, que diz amém a várias medidas que estão sendo tomadas.
Passadas essas barreiras institucionais, em nome da moralidade e do combate da corrupção, quais seriam as razões de um possível impedimento?
Consulte-se o art. 4º, incisos I a VIII da Lei 1.079/1950, e de forma, simples vamos aos fatos:
– Encobrimento institucional do caso do assessor Queiroz; reiteradas declarações que atentam contra o livre exercício dos poderes constitucionais do Estado; nomeações nepotistas; uso da máquina pública com fins privados, em desfavor da probidade da administração, declarações abertamente a favor das torturas e crimes realizados no regime militar e, a cada dia, novos devaneios e declarações catastróficas.
Na fragilíssima democracia brasileira, qualquer motivo é um forte motivo.
Contudo, os maganos do andar de cima não permitirão tal investida contra um presidente legitimamente eleito que está transformando o Brasil em algo nunca antes visto, no pior sentido da palavra.