Em artigo no Estadão, Hamilton Mourão diz que “é bom que os brasileiros se preocupem com o que fazem, ou podem fazer, as suas Forças Armadas”, numa referência à crise da semana passada que levou à substituição dos três comandantes militares.O vice-presidente lembra que Exército, Marinha e Aeronáutica garantem, em última instância, a segurança da sociedade. Para ele, porém, hoje essa sociedade “espera algo mais de seus militares”.
Sem citar Jair Bolsonaro e sua falange, Mourão fala do papel dos militares americanos na crise provocada por trumpistas insatisfeitos com a derrota nas urnas e que culminou na invasão do Capitólio, em episódio vergonhoso que equiparou os EUA a uma republiqueta de bananas.
“Recentemente o mundo assistiu, com alguma perplexidade, à Junta de Chefes de Estado-Maior dos Estados Unidos, os comandantes das Forças Armadas norte-americanas, virem a público garantir a transição presidencial na maior democracia do mundo, em meio a contestações do processo eleitoral e aos tumultos que atingiram a sede do Legislativo em Washington, DC. Nenhuma democracia está livre de crises e os seus militares fazem parte da sua superação.”
Ele defende a presença de militares, da ativa e da reserva, no governo para concluir o seguinte:
“Uma compreensão mais equilibrada e menos passional do passado do País pode nos ajudar a entender o presente e os caminhos que se abrem à nossa frente. Por tudo o que aconteceu ao longo da História do Brasil, a sociedade brasileira sabe que as Forças Armadas continuarão a cumprir rigorosamente suas missões constitucionais. Mas neste momento de dificuldades por que passa o País ela espera mais. Ela conta que seus militares, da ativa e da reserva, não se esqueçam dos seus compromissos com a Pátria que juraram defender, servindo-lhe com ou sem uniforme, ciosos de sua cidadania, orgulhosos do que fizeram e confiantes no que podem fazer de bom para o bem do País.“
Impedir golpes e autogolpes para o bem do Estado Democrático de Direito é o que os militares podem fazer de bom para o bem do país, Mourão.