Procuradores afirmam que presidente licenciado do COB poderia atuar para atrapalhar as investigações e movimentar recursos no exterior.
Preso temporariamente desde a última quinta-feira, na segunda fase da Operação Unfair Play, o presidente afastado do Comitê Olímpico Brasileiro (COB), Carlos Arthur Nuzman, teve a prisão preventiva pedida nesta segunda-feira pelo Ministério Público Federal (MPF) do Rio de Janeiro. Os procuradores alegam ao juiz federal Marcelo Bretas que, caso seja solto ao fim dos cinco dias de prisão temporária, o dirigente poderia agir para obstruir as investigações e movimentar recursos no exterior. Os investigadores também pediram a prorrogação da prisão do ex-diretor-geral de operações do Comitê Rio-2016, Leonardo Gryner, por mais cinco dias.
Nuzman e Gryner são apontados pelas investigações da Lava Jato no Rio como intermediários do pagamento de 2 milhões de reais ao senegalês Lamine Diack, presidente da Associação Internacional das Federações de Atletismo (IAAF, na sigla em inglês), que, em troca do dinheiro, votaria pela candidatura do Rio a sede das Olimpíadas de 2016 e influenciaria outros membros africanos do Comitê Olímpico Internacional (COI) a fazer o mesmo.
Conforme as apurações, o pagamento foi feito a Papa Massata Diack, filho do dirigente, pelo empresário Arthur Cesar De Menezes Soares, o “Rei Arthur”, cujas empresas chegaram a ter 3 bilhões de reais em contratos com o governo do Rio de Janeiro durante a gestão do ex-governador Sérgio Cabral (PMDB). Alvo da primeira fase da Unfair Play, assim como Nuzman, Soares vive em Miami e é considerado foragido pelas autoridades brasileiras. Veja.com