Muito circo, pouco pão

DEPOIS de décadas a redondeza aqui de casa recebe rampas bonitinhas e práticas para cadeirantes, ciclistas e entregadores de mercados. Tudo beleza, pela metade, o prefeito carola não aprendeu com Deus a fazer obra inteira: faz a pista e não tapa os buracos nem nivela a calçada (o cadeirante embala para subir na rampa depois de tourear os carros que vêm à toda e estrepa nos buracos, falhas e desníveis. Curitiba vive a cultura estúpida de que a calçada é ônus do munícipe, não no município).  Ainda bem que aqui o lugar é alto, somos privilegiados os do Centro da grama alta e da segurança baixa: a chuva não empoça nas rampas, nem o alagamento engole casas e automóveis como no Cajuru. Nunca antes tivemos um prefeito perfeito como o de hoje, homem forte no circo e escasso no pão, que está por aí desde o tempo em que discordava da pintura da catedral e depois, com o complexo do imperador Constantino, encarapitou querubins fora de escala na coluna ali perto da praça do índio baixote – que no devido tempo foi despachado para longe dos drogaditos, traficantes e assaltantes.

Sobre Solda

Luiz Antonio Solda, Itararé (SP), 1952. Cartunista, poeta, publicitário reformado, fundador da Academia Paranaense de Letraset, nefelibata, taquifágico, soníloquo e taxidermista nas horas de folga. Há mais de 50 anos tenta viver em Curitiba. É autor do pleonasmo "Se não for divertido não tem graça". Contato: luizsolda@uol.com.br
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