Solda: a sua decoração carnavalesca, contratada pela Fundação Cultural, se deu depois do fim da Banda Polaca, que havia se transformado em caminhão de putas, levando na carroceria todas as alegres hóspedes das nossas mais tradicionais casas de prazeres, e do Bando do Porco.
Nenhum dos blocos resistiu aos anos 80. Foi então que, em 1983, participei de um seminário no Solar do Barão, compondo a mesa com o Luiz Geraldo Mazza e o Glauco Souza Lobo. Aquele baixando o sarrafo, este defendendo. As baianas de ala não tinham o menor humor: me deram um sem número de umbigadas, chamaram-me de cínico, quiseram me justiçar.
Tudo porque defendi a extinção do, desculpem, carnaval local. Em 1987, foi publicada a crônica O Carnaval Curitibano, no livro Cidades e Chuteiras – projeto gráfico do Miran, apresentação do Fraga. O texto voltou à cena em 2003, incluído no livro Onde Me Doem Os Ossos – projeto gráfico seu, Dr. Solda, apresentação do Miguel Sanches Neto. Nunca mais me deixaram em paz, os – rá, rá, rá – nossos foliões.
Há poucos anos, depois de um debate na TV Educativa, recebi uma ligação no celular. Alguém me disse que eu ainda pagaria caro por falar mal do carnaval curitibano. Resolvi, então, que jamais voltaria a falar dele. Não gosto de discutir obra de ficção, já que a cada um é dado o direito de gostar ou não. Em matéria de carnaval curitibano a única coisa que presta é a iluminação espetacular do nosso compadre Beto Bruel. Que a faz para as mariposas circularem em torno dos spots. Vide as fotos do carnaval de 2004 postadas por você para o meu e-mail. Só havia na Cândido de Abreu o guarda-noturno.