Museu Oscar Niemeyer recebe a exposição “Colapso”, que reúne obras de três artistas paranaenses

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Obra de Gabriele Gomes

O Museu Oscar Niemeyer (MON) recebe no dia 26 de novembro, quinta, às 19 horas, a mostra “Colapso”, com obras de três artistas paranaenses: Cleverson Oliveira, Fernando Burjato e Gabriele Gomes. Com curadoria de Ana Rocha, a exposição conta com 55 obras entre pinturas, desenhos, objetos e instalações.

A ideia, segundo a curadora, é mostrar vinte anos de intenso diálogo e produção dos artistas com a cidade de Curitiba como ponto de encontro e origem. “Suas trajetórias, por vezes muito díspares, possuem pontos em comum. É neles que o colapso acontece: o estado de suspensão de cada um se dissipa, as pesquisas se confundem, os três se mostram tão próximos quanto artistas de uma mesma geração podem estar”, afirma.

A diretora-presidente do MON, Juliana Vosnika, diz que os visitantes podem conhecer nessa mostra a produção artística feita no Estado.

Nos trabalhos de Cleverson, a imagem é uma mancha no papel ou na tela, molhada por gotas de chuva que são uma espécie de convite para ver e pensar como se forma a ideia de paisagem. O jogo entre imagem/paisagem e a representação das gotas é uma ironia dessa arte que imita a vida, que busca para si uma realidade como a que vivemos.

Fernando Burjato trata de uma imagem sem figuras. Seu trabalho se constrói pela borda, acumula tinta como se buscasse sair para além dos limites da tela. As cores justapostas não se misturam, e o acúmulo de matéria fica pelas bordas, dando corpo à imagem, às listras.

Gabriele Gomes também tem trajetória marcada pela pintura que avança para além do bidimensional; o desejo de tocar as superfícies levou sua pesquisa a experimentações com a tinta sobre objetos, o mar, a paisagem, pegadas. A tinta toma conta e engole para si os objetos do dia a dia.

“Esta exposição é um convite para nos aprofundarmos na pesquisa de Cleverson, Fernando e Gabriele. Convidado a olhar atentamente e encontrar os pontos, o expectador é quem encontrará o colapso em cada trabalho apresentado”, diz Ana Rocha.

Sobre os artistas

Grupo que caracteriza a “Geração Noventa” de Curitiba, que junto com outros artistas, como Fábio Noronha, Keila Kern e Daniela Vicentini, se origina na Escola de Música e Belas Artes do Paraná, em 1992. A galeria Casa da Imagem e os workshops orientados por Geraldo Leão, um dos principais artistas do grupo “Moto contínuo”, que se originou dez anos antes, e que tem a proposta de fomentar a arte contemporânea no Paraná nos anos 80, exerce grande influência sobre estes artistas.

Nesta mesma época ocorreu a “Bienal Internacional da Gravura de Curitiba”, que trouxe obras de diversos artistas internacionais, e teve impacto fundamental na formação do grupo e outros mais. O curador da exposição foi Paulo Herkenhoff, que mantém uma relação estreita com a cidade de Curitiba, e que testemunhou a embrionária produção do grupo.

Em 1994, a exposição “A Fala”, na galeria do Inter, Centro Brasil Estados Unidos, apresentou os trabalhos recentes do grupo e impulsionou a trajetória de Fernando, Gabriele e Cleverson. Um ano depois, os artistas deixaram Curitiba, Cleverson foi para Nova Iorque, Fernando, para São Paulo, e Gabriele, Santa Catarina. Por 20 anos o grupo manteve um diálogo que tem Curitiba como ponto de referência e lugar de encontro. Ao longo deste período a produção dos astistas estabeleceu influencia e afirmou um dialogo com as gerações mais recentes, constituindo a história da arte local.

Serviço: Abertura da exposição “Colapso”. Sala 6. Abertura: 26 de novembro, quinta, às 19 horas. Entrada gratuita. Até 27 de março de 2016. Terça a domingo, das 10h às 18h. R$9 e R$4,50. Museu Oscar Niemeyer. Rua Marechal Hermes, 999 – Centro Cívico – Curitiba

Sobre Solda

Luiz Antonio Solda, Itararé (SP), 1952. Cartunista, poeta, publicitário reformado, fundador da Academia Paranaense de Letraset, nefelibata, taquifágico, soníloquo e taxidermista nas horas de folga. Há mais de 50 anos tenta viver em Curitiba. É autor do pleonasmo "Se não for divertido não tem graça". Contato: luizsolda@uol.com.br
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