Os magistrados não pediram, por certo, a sua ajuda, porque eles adoram um microfone e uma câmara. No STF, então, a notoriedade faz parte da Corte, e os preclaros ministros jamais agiriam no anonimato. Era só o que faltava! Seria contra a natureza dos excelsos homens de toga.
Na opinião de Luiz Inácio, “a sociedade não tem que saber como vota um ministro da Suprema Corte”. Ele acha que o cara não precisa saber: “Votou a maioria, não precisa ninguém saber. Porque aí cada um que perde fica com raiva, cada um que ganha fica feliz”. Por supuesto, excelência. É assim que a coisa acontece e funciona nos lugares ditos democráticos do mundo, inclusive na Suprema Corte dos Estados Unidos, ao contrário do que disse o ministro Flávio Dino, da Justiça e candidato à vaga da ministra Rosa Weber. Lá é como aqui: o tribunal delibera a partir dos votos individuais e a decisão é do colegiado, mas é possível, também como aqui, saber como votou cada ministro.
O dito presidencial foi um desastre, que ficaria melhor na boca do seu antecessor. E foi muitíssimo mal recebido por políticos e juristas. Até porque o segredo não faz parte do DNA de Lula. De repente, o segredo vira censura e chega à imprensa e à liberdade de opinião. Vade retro, satanás!
É que o companheiro presidente não segura a língua. Pensou, põe para fora. E aí vai dando munição para os inimigos.