NÃO HÁ quem resista ao seu encanto. Culta, inteligente, tolerante como o papa Francisco. Elegante, pela unânime aclamação dos povos (uma voz critica-lhe os sapatos, 72 pares, e contando), foi votada como a mulher da ‘roupa apropriada nos enterros’. O que significa: ali impera o desmazelo.
RICA de nascência, diziam dela os amigos do muquifo do bairro, surpreendia os colegas esquerdistas que escondia durante a ditadura. A família conservadora dizia que ela operava no Partido Proletário Fiorucci ao volante do Impala paterno.
BEM ANTES das tatuagens que igualam as mulheres na vulgaridade, adolescente da Aliança Francesa, fez a sua, a única que teve e terá: je suis gauche. Não é Drummond, que ela é mais Baudelaire. Coisa da política: “sou de esquerda”, sob o seio esquerdo, ainda visível a olho e corpo nus.
MADURA, sazonada, mantém o frescor idealista da esquerda. Que não se abalou diante do Mensalão, quando perdeu a ilusão sobre Lula/PT. Bolsonaros, ela esconjura com o No pasarán de La Pasionaria, a comunista que combateu o fascismo na guerra civil da Espanha.