O mordomo irrompeu e anunciou:
— O corpo está sendo velado na capela. E os senhores e senhoras presentes podem se servir a partir de agora.
A voz de Norma ainda ecoava naquele salão, quando todos largaram os copos, se levantaram e, com velocidades variadas, se encaminharam para os fundos da casa.
— Coitada, sofreu tanto, um comentava.
— Para morrer, basta estar vivo, arriscou uma dama mais filosófica.
— Quem diria? Tão moça e tão cheia de vida.
— Descansou, afinal.
— Pelo menos, não sofreu.
— Cantava tão bem.
— Quando chega a hora, minha filha.
— A vida é assim, quando chega na metade, já estamos
— O corpo está sendo velado na capela. E os senhores e senhoras presentes podem se servir a partir de agora.
A voz de Norma ainda ecoava naquele salão, quando todos largaram os copos, se levantaram e, com velocidades variadas, se encaminharam para os fundos da casa.
— Coitada, sofreu tanto, um comentava.
— Para morrer, basta estar vivo, arriscou uma dama mais filosófica.
— Quem diria? Tão moça e tão cheia de vida.
— Descansou, afinal.
— Pelo menos, não sofreu.
— Cantava tão bem.
— Quando chega a hora, minha filha.
— A vida é assim, quando chega na metade, já estamos
E lá fomos nós atrás do cadáver de Norma, na capela toda iluminada e florida. Tantos gerânios! Ela era louca por gerânios. (página 81, capítulo 17, 6).
Paulo Leminski estava escrevendo Agora É Que São Elas, final da década de 80. Fazíamos dupla na agência Exclam Propaganda. Um dia, ele disse pra mim: Soldinha, fiz uma homenagem para você no meu livro. Quando saiu o livro, vi a homenagem: um poeminha meu. Rá!
Uma resposta a Nora Drenalina indica: