O resto você sabe: todo mundo foi esmerilhar a alma e virar especialista. O tempo encurtou, tudo ficou difícil, a galera deixou de besteira e foi cuidar da vida. Encontros? Só via fax, telefone, internet, velório.
Não sei se aquele tempo era melhor ou pior. Afinal, dá pra perder tempo sentindo falta daqueles palhaços? O que eu sei é que o Solda, com certeza, continuou se encontrando, como antigamente. Pois ele era, ao mesmo tempo, o cara do texto, o sujeito do desenho, o cara da música, o índio velho e a caboclada do teatro.
E você, leitor, está convidado a deixar de remoer o passado e vir de encontro ao texto pateticamente engraçado e poeticamente poderoso do Solda, cujo poder de atração, capaz de reunir tantas coisas, fatos e pessoas está à sua disposição, fora do tempo, e-mail que cai do céu. Coisa do coração. Coisa de alma pra alma. Esse tipo de coisa que coisa nenhuma pode afastar de nós. Lembra?
Roberto Prado, (primavera, 2001) Almanaque do Prof. Thimpor, Coleção Brasil Diferente, Imprensa Oficial do Paraná, 2001.