Nós, na década de 80

© Beto Bruel

Nós, os privilegiados sem-terra que acampávamos no Tamanduá, da Tia Matilde e do Bira, nos tornamos organizados com o passar do tempo. Pra não precisar, literalmente, cagar no mato, construímos nossa própria privada. Banho e higiene pessoal: Rio Tamanduá. Mas lá estava o WC: bandeirinha vermelha, tinha gente; sem bandeira, livre como um táxi.

Depois de fazer as necessidades, uma boa pá de cal era jogada sobre o serviço, para evitar moscas, etc. Na volta para Curitiba, cobríamos o buraco com a terra que havíamos retirado. Bons tempos, hein, Beto Bruel?

Sobre Solda

Luiz Antonio Solda, Itararé (SP), 1952. Cartunista, poeta, publicitário reformado, fundador da Academia Paranaense de Letraset, nefelibata, taquifágico, soníloquo e taxidermista nas horas de folga. Há mais de 50 anos tenta viver em Curitiba. É autor do pleonasmo "Se não for divertido não tem graça". Contato: luizsolda@uol.com.br
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