Bolsonaro acha que não precisa de ninguém; com esse raciocínio, Collor e Dilma foram apeados do cargo
Já não se pode dizer que Jair Bolsonaro seja um total incompetente. Impressiona a habilidade que tem para arranjar confusão. Nem nos piores reality shows da TV, nem entre as celebridades mais desbocadas vimos alguém tão barraqueiro quanto o presidente da República. Não há semana sem que ele destrate, ofenda, provoque, desdenhe, minta sobre quem quer que apareça em sua linha de tiro. Já sobrou até para a “porra da árvore”.
Houve quem chiasse quando escrevi que teríamos quatro anos de zona. Estava errada. Como dizem por aí, a expectativa era ruim, mas puta merda. Zona é pouco para essa realidade distópica, para a balbúrdia que é este governo, para o comportamento abjeto desse presidente.
Bolsonaro age como sua natureza manda, como um ditadorzinho que acha que pode fazer, mandar, falar o que pensa, como se estivesse com a reeleição garantida e pudesse fazer do país um quintal de sua estupidez e falta de educação.
Ninguém é poupado, de aliados, adversários políticos, líderes estrangeiros, instituições, mulher de presidente até a mãe de um cidadão entrou em sua rota de ataque.
A lista é grande: Bebianno, Bachellet, Macron, ONU, Raoni, Moro, Holanda, Alemanha, índios, nordestinos, Rodrigo Maia, toda a esquerda, João Doria, Luciano Huck, Globo, Folha, João Gilberto, Inpe, Ibama, militares, Polícia Federal, mortos pela ditadura. Ele consegue ofender a memória de gente morta.
Nesta semana, Jair desdenhou de Chico Buarque ao dizer que assinaria até 31 de dezembro de 2026 o diploma que será concedido ao músico pelo prêmio Camões, em 2020. Leva para o lado pessoal relações que deveriam ser institucionais. Também criou um furdunço em seu partido. Quer deixar a legenda, mas não faz nada sem criar tumulto e desgaste.
Além da conduta disfuncional, Bolsonaro acha que não precisa de ninguém. Com esse raciocínio, Collor e Dilma foram apeados do cargo.