O coronel Mauro Cid e outros militares picaretas do entorno de Jair Bolsonaro podem ser expulsos de suas corporações, a mais exposta o Exército. Algo que brasileiros que sabem ler, escrever e raciocinar desde os idos de abril de 1964 não acreditam nem lendo o diário oficial. Até hoje as expulsões só aconteceram com militares suspeitos de comunismo, a doença terminal e contagiosa no meio militar; não obstante as expulsões asseguram pensão vitalícia para a família do expulso, pois a legislação militar equipara a expulsão à morte em vida.
Portanto, é esperar e ver para crer, sempre na expectativa das reviravoltas da justiça, que uma hora sacramenta e adiante escarmenta as decisões do Estado. Pior que seja a punição não será ampla, nem irrestrita – e sempre passível de reversão, pois no Brasil a cada quatro anos o presente engole e expele o passado. Algo haverá de ser feito em nome da imagem dos militares. A dúvida é saber se o espírito de corpo permitirá que os militares cortem sua carne. Porque militares, sempre imperiais, têm-se como donos da nação.
O coronel Mauro Cid pode perder a patente ou pode ser expulso do Exército, assim como alguns gatos pingados que operaram com ele. Mas sempre teremos isentos e limpos os generais do Planalto, incluído o general Eduardo Pazzuelo, que tem as mãos sujas do sangue do covid, além daqueles que alimentaram conspirações. O velho Boris Casoy usava o mantra de “passar o Brasil a limpo”. Nem a Lava Jato conseguiu isso, pois sujou-se com o próprio sabão.