Jair Bolsonaro, capitão da reserva do Exército, deputado federal e candidato à presidência da República, enquadrou a Rede Globo mais uma vez, dentro da sede da emissora e, desta vez, para os milhões de telespectadores que acompanham o Jornal Nacional.
Diante de um William Bonner que parecia um boneco sem vida repetindo as perguntas esperadas, e que levantam a bola do candidato, o candidato aproveitou a deixa sobre o questionamento feito ao seu vice, o general Mourão, que defendeu a intervenção militar por conta do caos do país, e lembrou aos donos da empresa e a todos os funcionários dali, além dos brasileiros que assistiam a entrevista, que Roberto Marinho, já falecido, defendeu o golpe militar de 1964 (Bolsonaro não classifica a intervenção assim) e fez a pergunta fatal: “Roberto Marinho era um democrata ou golpista?”.
Bonner tentou argumentar com a lorota do “arrependimento” feito trocentos anos depois, em editorial do jornal O Globo, onde foi dito que erraram naquela época. Hummmmmmmmm. A pergunta dirigida ao líder nas pesquisas, aliás, foi a última feita. Com certeza era imaginado que Bolsonaro iria sacar o canhão, como fez na Globonews e deixou Mirian Leitão com cara de Mirian Leitão.
O tiro, dessa vez, foi de misericórdia – e não havia mais tempo para continuidade, pois o espancamento seria maior. Portanto, para o bem ou para o mal, o capitão saiu maior do que entrou, porque ele bateu nos donos da casa.