O gênio que desfazia as frases feitas para fazer crítica e humor
Por falar nos centenários de 2022 que passaram em branco por falta de espaço, tivemos, em 17 de abril, o de Max Nunes. Sim, o misto de médico e gênio do humor, criador da dupla Primo Rico e Primo Pobre (do programa “Balança Mas Não Cai”, de rádio e TV) e de vários personagens de Jô Soares. Tive a honra de organizar dois livros com as frases de Max: “Uma Pulga na Camisola” (1996) e “O Pescoço da Girafa” (97). Eis algumas.
“O dinheiro corrompe. Mas só quem não o tem.” “Duplicata é essa coisa que sempre vence. Nunca empata.” “Antes, a união fazia a força. Hoje, a União cobra os impostos e quem faz a força é você”. “Anda tudo tão caro que até quem desdenha não quer mais comprar.” “Mesmo com salário de fome, os professores do 1º grau não deixam de ir à escola. Mas é por causa da merenda.”
“Houve um tempo em que os animais falavam. Alguns continuam.” “Se Abel tivesse sido assassinado no Brasil, até hoje ninguém saberia que o criminoso foi Caim.” “Todo erro deve ser esquecido. Por isso, quando o povo erra a polícia passa a borracha.”
“O difícil de confundir alhos com bugalhos é que ninguém sabe o que são bugalhos.” “Há certas coisas na vida que a gente não pode deixar passar. Principalmente se for goleiro.” “A polícia descobriu 100 quilos de cocaína no aeroporto. A droga tinha sido colocada no nariz do avião.” “Manchete de jornal: ‘Incêndio na fábrica de sorvete! Em poucos minutos, o fogo lambeu tudo!’”
“No Brasil também existe pena de morte. Mas só para a vítima.” “Opinião é uma coisa que a gente dá e, às vezes, apanha.” “Com quantas mentiras se faz um desmentido?” “No dia em que o porte de armas for proibido para os militares, aí, sim, haverá paz.” “Na minha rua mora um general/ Cara de mau/ Como convém a todo general./ Ninguém sabe em que batalhas/ Ganhou a série de medalhas/ Que ostenta no peito varonil./ Também, pra que saber?/ Viva o Brasil!”.