O governador Beto Richa diz que do jeito que anda a política ele não gostaria que alguém de sua família entrasse no ramo. Não dá para entender. Ele é da família, continua na política. A mulher é da família, continua na política. O filho é da família, continua na política. Rafael Greca bem que tentou tirar o filho de Beto do secretariado municipal, mas o pai governador bateu o pau na mesa e dois dias depois o delfim estava renomeado, com abraços, beijinhos e carinhos sem ter fim pelo prefeito. Até agora, dessa política nojenta, Beto só afastou um parente, primo remotíssimo.
A política está podre, Beto está certo, quem em sã consciência discordaria dele? Toda: federal, estadual e municipal. O presidente de seu partido, Aécio Neves, é hoje o lábaro que os tucanos ostentam estrelado, corrupto e impune. Não sei qual será o futuro de Beto. Imagino que continuará se dando bem. Ele tem sorte, uma das qualidades que Maquiavel via no político de sucesso. A sorte e a anfractuosidade voltada para a Lua, o que dá no mesmo. Neste Paraná mequetrefe, esquecido e irrelevante, Beto dá rabo-de-arraia na vingança do eleitor.
Beto não quer a política na família? Fácil resolver. Ele meteu na política a familiagem, próxima e remota. Primeiro, tire a família; depois renuncie, ainda que traia os eleitores, como fez quando prefeito, depois de jurar o contrário em cartório. Demita a mulher de secretária de Estado, a política afeta a paz conjugal e prejudica o serviço de casa. Quanto ao filho secretário de Rafael Greca, maior e púbere, ameace deserdá-lo se continuar de lamparina no farol do saber. Mas isso Beto disse anteontem. Ontem esqueceu e hoje negará de pés juntos. Ele pode tudo, até contar lorota. Rogério Distéfano