Criança mimada. Neymar machucou-se de tanto bater o pezinho depois da recusa de Edinson Cavani em deixar de cobrar pênaltis no PSG. Chega atrasado no bonde e já quer o banco da janela, dizia outro craque, também mimado.

Karol Konka. O ignorante aqui pensou que fosse parente de Dario Conca, o jogador do futebol. Não, é funkeira, das bundudas. O ignorante está por fora de música.

A PF ficou sem dinheiro para controlar as impressões digitais no convênio com a Interpol. Novela tipo a dos passaportes. Para quê? As impressões digitais mais usadas estão todas no TRE.

Um saco. Utilidade incômoda essa do corretor ortográfico. Quando escrevo TRE ele muda para TER.

Hipocrisia cucaracha. No Brasil, os presidiários reduzem a pena lendo livros. Se ler livros melhorasse a pessoa, José Sarney estaria no céu, refestelado no espírito santo.

Mentira capenga. Lula apresenta – só agora – anos de recibos de aluguel do apartamento que a maldade coxinha diz ter sido empréstimo de favorecido em seu governo. Só um problema: as datas vieram erradas, o mês de fevereiro com 31 dias. Tudo em nome de Marisa Letícia, eleita depois de morta para pagar o pato – de quem nunca antes na história desse país se ouviu o mais tímido fio de voz.

Vem através. O ex-prefeito Cassio Taniguchi e a ex-primeira dama Marina Taniguchi divulgam nota de esclarecimento sobre a condenação por improbidade confirmada no TJ. Nota longa, quase no tamanho da sentença, não vem ao caso.

Vem (verbo vir, singular) ao caso que eles (plural, que modifica o verbo) “vem (sic) esclarecer (…) através de sua advogada”. ‘Vem através’ é caso de improbidade gramatical. E fazer ‘através de ’ é coisa de laranja.

Farsa em tragédia. A primeira turma do Supremo adiou o julgamento do pedido de prisão de Paulo Maluf, deputado federal e ícone da corrupção. Pedido de vista do ministro Marco Aurélio. A primeira turma do Supremo negou a prisão do senador Aécio Neves, embora num gesto desconcertante o tenha afastado do exercício do mandato. Um dos que negaram foi o ministro Marco Aurélio, sob o argumento de que o mandato é “coisa séria”, contra o qual “não se mexe impunemente”. Mas pedir dinheiro para a Friboi e receber via primo, como fez Aécio, o parlamentar pode fazer impunemente.  

Como disse o Marechal Floriano quando o Supremo começou a dar habeas corpus para libertar os políticos que mandava prender: “Daqui a pouco quero ver quem vai dar habeas corpus para os ministros do Supremo”. Pois é, se o Supremo não manda prender políticos delinquentes, daqui a pouco seus ministros é que acabam presos. Não é exatamente igual àquele começo da primeira república, tempo de Floriano. Mas pode ser parecido agora, no final desta última república, tempo de Temer.

Os políticos esticam a corda e teimam em não ver que tem sempre um floriano à espreita. Ao final é o povo quem pede a vinda dos florianos. Um problema cíclico, que perpetua o atraso: os florianos prendem os políticos e pesam na mão; os políticos delinquentes viram heróis e os florianos, vilões; em seguida os políticos voltam a delinquir e mais uma vez surgem os florianos salvadores. Essa história se repete a cada trinta anos.

Rogério Distéfano

Sobre Solda

Luiz Antonio Solda, Itararé (SP), 1952. Cartunista, poeta, publicitário reformado, fundador da Academia Paranaense de Letraset, nefelibata, taquifágico, soníloquo e taxidermista nas horas de folga. Há mais de 50 anos tenta viver em Curitiba. É autor do pleonasmo "Se não for divertido não tem graça". Contato: luizsolda@uol.com.br
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