A tarifa do pedágio no Paraná ficou tão politizada que o próprio pedágio deveria sair candidato em outubro. Teria grandes chances de virar governador, pela experiência e pela enganação vitoriosa.
Quando era deputado estadual, o petista André Vargas tornou-se relator da CPI do Pedágio e cozinhou o galo meses e meses. O resultado na queda da tarifa foi zero, mas o PT saiu ganhando: as pedageiras se tornaram doadoras das campanhas petistas, entre elas, com mais vigor, a Triunfo, agora enrolada na Operação Integração.
Todo político paranaense, de deputado estadual a senador, de vereador a prefeito, em algum momento, tal qual Roberto Requião, bateu na mesa para dizer que ia resolver a questão. Nada.
O deputado Luiz Cláudio Romanelli, no auge de sua ardente fase revolucionária, chegou a desobedecer a ordem civil e furou a catraca de uma praça na sua região. O pessoal poderoso do G7 – Faep, Fiep, Odepar, Fecomercio, ACP, Faciap e Fetranspar – assinou dezenas de documentos pedindo a queda nas tarifas e nunca chegou lá.
Nem vamos falar aqui de Tribunal de Contas da União e do Estado e dos Ministérios Públicos, Federal e Estadual, que em 20 anos se concentraram em ser contra as tarifas. Apenas contra.
Agora, até a governadora-candidata, Cida Borghetti, na ânsia de estar em todas, avisa as pedageiras que o contrato vai acabar em 2021, tipo assim “olha, a mamata vai acabar, vocês têm de se preparar.” Como se até a moça que lhe faz a chapinha não soubesse disso.
Com tanta gente interessada, uma marca consolidada, apoio branco de todos os políticos do Paraná, riquíssimo e onipresente, o pedágio é o candidato ideal em 2018.
E até o slogan está pronto: “Paraná – aqui o pedágio é pra sempre”.