Visto desse modo, este conflito pesado que envolve até roubo de informações em conversas privadas pode parecer uma questão de disputa política, o que é de fato. Mas existem também outras implicações, que afeta diretamente a segurança de todos nós. Moro e os procuradores da Lava Jato e de outras operações não atuam apenas em crimes relacionados à política. O trabalho deles é também contra o crime comum, em confronto com quadrilhas violentas e de grande poder de fogo.
Como juiz, Moro já condenou líderes do narcotráfico internacional. Procuradores arriscam com coragem suas vidas enfrentando criminosos da pesada. Chefes do crime, como Fernandinho Beira-Mar e também chefões do tráfico internacional, receberam penas longas para cumprir, do mesmo modo que aconteceu com vários políticos, entre eles o centro dessa polêmica toda, este criminoso que já foi presidente da República, o Lula.
Por isso, a derrocada da Lava Jato não está apenas no âmbito da política. O retrocesso terá consequências graves sobre o crime organizado, favorecendo todo seu aparato de hoje em dia de terror e opressão sobre os brasileiros, com um amaciamento da pressão sobre milícias, ladrões, assaltantes, homicidas, narcotraficantes e outras modalidades do chamado crime comum.
Pautas defendidas atualmente por corruptos, como o fim da prisão em segunda instância, além do impedimento de que haja maior rigor jurídico e no cumprimento de penas, se forem adiante serão obviamente usufruídas não só pelo Lula, Sérgio Cabral, Eduardo Cunha, José Dirceu e tantos outros bandidos de colarinho branco. Os bandidos que traficam, roubam, assaltam, estupram e matam também estarão neste tétrico trem da alegria.