O profissional

Demorei a abrir este Criptógrafo Amador, de Marcelo Sandman (Medusa, 2006). (Na verdade, recebo mais livros do que consigo ler, mas alguns me atraem especialmente. Neste caso foi a renitência do autor que já tinha nos apresentado os versos de Lírico Renitente, na sua estréia bem cuidada.) O texto da orelha, assinado por Cristovão Tezza, destaca uma poesia que se insere na “nossa forte tradição coloquial”. Por isso mesmo, Sandman nos traz algum estimulo com sua poesia sensível e consciente. Uma boa (e rápida) leitura.

Veja este poema com ares de predestinação:

Nada nesta mão,
nada nesta outra.

Agora um gesto rápido
(movimento insidioso do braço).

E extraio, entre os dedos,
do espaço abstrato,

Um pássaro, que se desata,
ascende e se desbarata:

magnífica elisão
de todo este cenário!

Toninho Vaz, de Santa Teresa

Sobre Solda

Luiz Antonio Solda, Itararé (SP), 1952. Cartunista, poeta, publicitário reformado, fundador da Academia Paranaense de Letraset, nefelibata, taquifágico, soníloquo e taxidermista nas horas de folga. Há mais de 50 anos tenta viver em Curitiba. É autor do pleonasmo "Se não for divertido não tem graça". Contato: luizsolda@uol.com.br
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