O PT sem saída pro futuro

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José Eduardo Cardozo.  © Myskiciewicz

Nesta quinta-feira, o advogado-geral da União, José Eduardo Cardozo, recorreu ao Supremo Tribunal Federal para que seja anulado o processo de impeachment contra Dilma Rousseff. Mais um equívoco imenso e agora também de uma irresponsabilidade política sem par. Seguem na tentativa de judicializar uma questão que é política. Mas essa de agora é aquele tipo de coisa em que uma vitória pode até ser pior para o PT. A decisão sai ainda hoje. Tomara que haja no STF a sanidade para recusar uma ação dessas. Já imaginaram o STF anulando esse processo do Legislativo agora no final? Teremos outra crise, talvez mais delicada que o próprio impeachment. Mas tem sido assim há muito tempo, com o PT pouco se importando com consequências de alto risco nas coisas que faz. Em grande parte esta é uma causa da debandada no governo Dilma, que em menos de um mês teve desmontada sua base de sustentação — ou o que restava dela. Quem é que vai querer ficar próximo de figuras como essas, que só tocam fogo exatamente quando deveriam fazer o papel de bombeiros?

Que a decisão sobre um processo de impeachment é política não é dúvida para ninguém. Daí o grande erro do PT nessas manobras para tentar resolver no chamado “tapetão” questões que eles tinham a obrigação de enfrentar pela via política. O mesmo acontece com essa conversa de “Não vai ter golpe”, outra forma errada de encarar as tremendas complicações em que eles se meteram com sua impressionante tendência de criar problemas para si próprios. Tinham que estar dialogando, mas tentam intimidar. O pedido de anulação confronta também o Poder Legislativo, quando deviam prestigiá-lo, pois afinal é nele que haverá decisão. Parece uma série de “mais idiota, impossível”.

Mas o problema é deles se vão descobrir da pior maneira que não é assim que se faz. Não faltou aviso de que “é a política, idiota”, além de que temos até um exemplo recente disso no país, do qual eles até participaram ativamente. No entanto, esses petistas parece que endoideceram mais do que já era o normal deles.

Esse é o tipo de coisa até que faz pensar que não contentes em encaminharem a queda do governo nesses últimos meses, eles resolveram acabar também com seu partido. Aproveitam o impeachment para provocar também um suicídio do próprio partido? Um Jim Jones nós sabemos que eles já têm. Os brasileiros até agradeceriam se fosse dada essa finalização a um projeto político tão nefasto. Porém, mesmo assim não deixa de ser uma imensa burrice esse enfrentamento de uma crise de uma forma que não cria perspectivas para a sobrevivência política posterior. A dinâmica petista não parece considerar o próprio futuro, a menos que eles acreditem que atrairão votos nas próximas eleições municipais e também na disputa em 2018 saindo por aí vestidos de vermelho e berrando pela ruas. Não foi desse jeito que eles tiveram vitórias eleitorais importantes, que só vieram depois de largarem a antiga cara amarrada e a sanha de brigar com o próximo, que é exatamente como o PT ficou agora. Quero ver como é que será o futuro do partido com a volta dessa velha cara feia.

José Pires- Brasil Limpeza

Sobre Solda

Luiz Antonio Solda, Itararé (SP), 1952. Cartunista, poeta, publicitário reformado, fundador da Academia Paranaense de Letraset, nefelibata, taquifágico, soníloquo e taxidermista nas horas de folga. Há mais de 50 anos tenta viver em Curitiba. É autor do pleonasmo "Se não for divertido não tem graça". Contato: luizsolda@uol.com.br
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