O triste momento do Brasil

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O leitor é testemunha de que tenho evitado falar de política, políticos e assemelhados nos últimos tempos. Dilma caiu? Já havia caído há muito tempo. Nem tinha condições para ter subido, e era um zumbi no planalto central. Temer assumiu e foi confirmado na presidência? Tinha de assumir e ser confirmado com o impeachment. É o que reza a lei. Era o vice. Escolhido por Lula. Virou “golpista”? Azar de quem o escolheu. Mas, durante cinco anos, serviu aos propósitos do Senhor de Atibaia e de sua fiel escudeira.

Agora, essas “manifestações” orquestradas, depois do “impichamento”, com brados retumbantes de “Fora, Temer!”, já torraram a paciência. Infestam cidades, incomodam os cidadãos e o trânsito, sem o menor resultado, a não ser colocar em risco a segurança pública. Não passam de bandos amestrados, no mais das vezes sem ideologia e sem nenhuma significação. Além do que, foram capazes de ressuscitar os baderneiros “black blocs”. E os viúvos e as viúvas de Dilma os estão achando ótimos companheiros. Só que naquela mistura de inocentes úteis com vândalos – onde se meteu e teve a carteira furtada o ex-senador Suplicy;  bem feito, excelência, da próxima vez escolha melhor as companhias! –, ninguém tem ideia do que seja ou um dia foi a direita e a esquerda. Nem Lula tinha. Era apenas um oportunista, que chegou ao poder e encantou-se com ele. Zé Dirceu e Zé Genoíno sabiam, mas se perderam no caminho.

“Eleições já”? Balela. Não há possibilidade legal e não ocorrerão. Só para prefeitos e vereadores, em outubro.

Ademais, suponhamos que fossem possíveis novas eleições presidenciais neste momento. Quais seriam os candidatos? Lula? Aécio? Renan? Serra? Alckmim? Marina? Eduardo Cunha? Collor? Lindbergh? Caiado, Grazziotin? Lewandowski? Eduardo Paes? Erundina? Marta Suplicy? Bolsonaro? Requião? Álvaro? Richinha? Maduro? Trump? Pobre Brasil! Não existem mais Getúlios, JKs, Lacerdas, Bilacs, Arinos, Tancredos, Ulysses, Covas, Montoros, Itamares, Aurelianos, Brizzolas, Arraes e Alencares Furtado. Nem mesmo Munhozes da Rocha, FHCs, Neys, Lerneres, Arzuas, Canets e Raizes…

Temer é a solução? Claro que não. Mas, que fazer? Desgraçadamente, temos de ir com ele até 2018. E torcer para que até lá novo Cristo caia do céu e concorde em habitar o Alvorada. Pena que Obamas só deem no Havaí.

Talvez tenha sido por isso que, do Vaticano, Francisco referiu-se ao triste momento por que passa o Brasil.

Já esteve pior, vossa santidade.

Célio Heitor Guimarães

Sobre Solda

Luiz Antonio Solda, Itararé (SP), 1952. Cartunista, poeta, publicitário reformado, fundador da Academia Paranaense de Letraset, nefelibata, taquifágico, soníloquo e taxidermista nas horas de folga. Há mais de 50 anos tenta viver em Curitiba. É autor do pleonasmo "Se não for divertido não tem graça". Contato: luizsolda@uol.com.br
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