Oriovisto. Orioscondido

ORIOVISTO GUIMARÃES, o senador oculto* do Paraná, passou a bloquear mensagens de crítica depois que desassinou a CPI do MEC. Desassinar, homófona de assassinar, vai muito além do retirar a assinatura, essa falha no caráter dos políticos, que fazem uma coisa e a desfazem logo em seguida. (Queria escrever falta de caráter, mas o senador é bilionário e pode meter processo para defender sua honra.) Nosso senador acreditou naquela história de que entrar no Senado seria chegar ao céu sem precisar morrer.

O professor de geometria não herdou sequer o bafo do genial Arquimedes. Adquiriu um mandato (queria escrever comprou, mas bilionário, etc) achando que continuaria no pódio do cursinho a embasbacar adolescentes. O senador não precisou morrer para chegar ao inferno. Não queria críticas, só esperava aplausos, bocas abertas e atônitas de adolescentes. Pensou que continuaria a corrigir testes de múltipla escolha. Acabou testado – e detestado. O celebrado Oriovisto decidiu ser Orioscondido.

(*Perdão, um dos, porque são três.)

Sobre Solda

Luiz Antonio Solda, Itararé (SP), 1952. Cartunista, poeta, publicitário reformado, fundador da Academia Paranaense de Letraset, nefelibata, taquifágico, soníloquo e taxidermista nas horas de folga. Há mais de 50 anos tenta viver em Curitiba. É autor do pleonasmo "Se não for divertido não tem graça". Contato: luizsolda@uol.com.br
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