Estamos em plena controvérsia sobre os habeas corpus do ministro Gilmar Mendes, aqueles sobre os quais o senador Sérgio Moro disse que nada falou, muito menos pensou e se com eles chegou a sonhar eram habeas sem corpus. A inteligência do ex juiz da Lava Jato faz voos que dariam inveja a Martin Heidegger, o filósofo que afirmou não entender seu, dele, pensamento; também não entendi, mas tenho a atenuante de ser burro.
Surge agora a polêmica do habeas mobilis, os móveis que Janja disse não ter encontrado no Alvorada e que teriam sido levados na mão grande por Micheque. Demorou uma perigosa e sintomática semana para vir a resposta da ex-dama para a atual dama – que promete lances nada elevados. Micheque afirma que os móveis são de sua família, vindos por empréstimo da residência no Rio de Janeiro. Melhor ficar fora, por enquanto.
Interessa aqui o dado que revela a importância de conhecer a História. Como a ignorância é o grande patrimônio dos Bolsonaro, não custa lembrar. Quando se preparava para mudar para a residência oficial de governador de Minas, a primeira dama Risoleta Neves quis decorar a casa com quadros do acervo da família. Tancredo Neves, o marido, vetou: “ninguém vai ver a entrada dos quadros, mas todos verão sua saída”.
Ninguém viu a entrada dos cacarecos dos Bolsonaro no Alvorada e todos assistiram à sua saída. Diria o ministro Alexandre de Moraes que com os Bolsonaro inverte-se o ônus da prova. Micheque tem que mostrar a cama nupcial e o sofá do genocídio, vindos da residência carioca. O choro de Micheque cede ao ataque de Janja. Pelo sim e pelo também, melhor apostar em Janja.