A grande banana nanica que o ex-senador Osmar Dias vai descascar nos próximos dois meses de campanha eleitoral é o próprio discurso.
Se decidir sair abraçado a Roberto Requião numa aliança com o MDB, Osmar Dias contará com preciosos minutos no horário eleitoral gratuito e um partido com grande estrutura em todo o estado.
Mas, como não existe almoço grátis nesta vida, antes de encerrar o discurso de candidato a governador, sempre o último a falar nos eventos, terá que ouvir Roberto Requião, candidato a senador e o penúltimo a falar. E aí caberia aquele dito popular, politicamente incorreto, mas que cabe como uma luva na situação: “melhor ouvir isso do que ser surdo”.
O Paraná e a velha camisa jeans, uniforme que Requião usa em campanha há 40 anos, sabem que, ao pegar o microfone, o senador encarna o rebelde-guerrilheiro-com-inveja-do-Zé-Dirceu e desce o sarrafo. Vem Lula-livre, Juiz Moro como agente da CIA, amor ao MST, Capital Vadio, abaixo os bancos rentistas e por aí vai. Isso, se não se irritar demasiado e mandar agricultor enfiar a faixa de protesto…, bem, é melhor deixar quieto.
E para Osmar Dias, que discurso vai sobrar depois disso? Se discordar de Roberto Requião, a aliança se desfaz in loco. Se concordar, estará contrariando o seu grupo de origem, o agronegócio, e um Paraná que vem dando sinais claros de não está nem aí pra Lula preso, ama Moro e quer mandar o MST pra terra do Nunca.
O Urtigão, que tem a cintura encalacrada, vai ter que rebolar pra resolver tais impasses.