Não eram o Exército os oito homens que mataram o músico no Rio. Agiam com disciplina militar, vestiam fardas do Exército. Dispararam com fuzis do Exército os 80 tiros que mataram o músico, foram presos por seu comandante e serão julgados pela justiça militar. Não são o Exército, porque o Exército é o povo e o povo não mata a si mesmo.
A primeira frase tem dono, que já identifico. As frases seguintes são a conclusão lógica da primeira. Conclusão necessária, a menos que a lógica tenha sido revogada como ferramenta de pensar no pacotaço que eliminou recentemente as regras formais de tratamento oficial e instituiu o ensino em casa, à distância do professor.
A primeira frase quebra paradigmas do pensamento ocidental, em tradição linear desde os pré-socráticos até os idealistas alemães, desde a escola de Mileto até as universidades que tiveram Hegel no quadro docente. A primeira frase tem autoria. A primeira frase bloqueia a funcionalidade do cérebro humano.
A primeira frase é atribuída ao presidente da República. A frase, no entanto, é formal e materialmente falsa, como demonstro a seguir. Assim como os soldados não eram soldados e nem sequer eram o Exército, esse presidente não é o presidente. Perdoem por insistir em pensar. É o que me resta na vida.
O suposto presidente veste faixa, tem os topetes, assina como tal, embala os Zero e veste o chinelo raider do presidente. Também obedece cegamente a Olavo de Carvalho, Mas quem falou sobre o Exército e os soldados que mataram o músico no Rio, esse não é o presidente eleito. O autor da frase é o impostor, um dublê, se quiserem.
Impostor no mesmo sentido que atribuiu aos oito homens que mataram o músico. Impostor que assumiu desde o hospital e permanece no lugar de Jair Bolsonaro quando este lutava contra o ataque a faca, vindo de Adélio Silva – outro impostor, outro dublê de raciocinante. Raciocinante ou rocinante, faz rima e faz solução.