Vida – Carmem Nunes Taciano; Editora Bodelér; 123 páginas. A poesia morreu? Não, segundo Carmem Nunes Taciano, que estréia com este “Vida” cheio de lirismo, contrastando com uma realidade dura e melancólica, embora um pouco trôpego e com erros de revisão. A autora inspira confiança nas idéias, desde o poema “Linotipista Míope”, que abre o livro e nos entrega às meditações, até “Ode ao Transístor”, de uma agressividade ímpar, devolvendo ao leitor a raiva comovente da tragédia de Romeu e Julieta, os amantes de Verona, separados e ao mesmo tempo eternamente unidos pela rivalidade das famílias.
Os tropeços de “Vida” são insignificantes perante a habilidade da autora ao abordar temas perigosos, como a patética, porém romântica, aventura da moçoila que perde a virgindade num pife demorado.
Carmem Nunes Taciano garantiu com este “Vida” seu lugar na estante poética brasileira. Os pecados da revisão, como por exemplo, na página 45, onde se lê: “Sede, gengibirra, lobo!” (Vêde, como gira o globo!) refletem o amadorismo da editora, prejudicando tão brilhante autora em seu livro inicial, mostrando as preocupações de uma jovem com os problemas do tio aposentado.
Sobre Solda
Luiz Antonio Solda, Itararé (SP), 1952. Cartunista, poeta, publicitário reformado, fundador da Academia Paranaense de Letraset, nefelibata, taquifágico, soníloquo e taxidermista nas horas de folga. Há mais de 50 anos tenta viver em Curitiba. É autor do pleonasmo "Se não for divertido
não tem graça". Contato: luizsolda@uol.com.br
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