É provável que Jair Bolsonaro comece a compreender que o novo coronavírus não é apenas uma “gripezinha”. Como não soube entender isso motivado pelo registro de mortes alcançando 50 mil, provavelmente agora deverá ter em torno dele representantes da indústria e da agropecuária explicando que a incapacidade do governo no controle da pandemia em nosso território transmite péssimas mensagens aos nossos parceiros comerciais.
A imagem externa de um governante com ares de psicopata insensível ao sofrimento de seu próprio povo tampouco ajuda a despertar confiança nos países estrangeiros. É óbvio para quem está fora do Brasil que um presidente que não olha nem para seus compatriotas não terá respeito pela segurança e a qualidade de nossos produtos de exportação.
Só um doido vai descuidar dos riscos de um vírus como este, que ninguém até agora consegue definir precisamente e que vem apresentado surpresas dia após dia, desde o momento em que apareceu pela primeira vez, até espalhar-se pelo mundo todo de forma assustadora.
Chega a ser irônica a condição que vai sendo imposta ao nosso país pela posição negacionista desse presidente sem noção. O Brasil pode ser conduzido a um isolamento compulsório, tachado como um território infectado e de alto risco. Por sinal, o grande amigo de Bolsonaro, o presidente Donald Trump, vem nas últimas semanas insistindo em apontar o nosso país como um lugar onde mora o perigo. E nisso, de fato, ele não deixa de ter razão. Nós temos por aqui uma das maiores ameaças para a saúde e a economia de qualquer país: o risco Bolsonaro.