Os sonhos de Doutor Luizinho

Ao menos desde 2021, o deputado Luiz Antônio Teixeira Jr., mais conhecido como Doutor Luizinho (PP-RJ), projeta seu nome para assumir o Ministério da Saúde. Foi assim no governo de Jair Bolsonaro. Não deu certo. É agora, no governo de Lula. Não há também qualquer indicativo de que terá sucesso.

Ele conta, para conseguir a joia de orçamento bilionário do governo, com a proximidade com Arthur Lira (PP-AL), presidente da Câmara. É próximo também do senador Ciro Nogueira (PI), presidente do PP.

Deputado federal de segundo mandato, ele chegou aos dois líderes nacionais da legenda depois de conquistar a confiança de uma importante liderança local, o presidente de honra do PP e quem comandava o partido no Rio de Janeiro, o ex-governador Francisco Dornelles.

Mesmo morando em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, onde era secretário municipal de Saúde, Doutor Luizinho passava todos os dias na casa de Dornelles, na Zona do Sul do Rio de Janeiro, para aferir-lhe a pressão. Dornelles, já idoso, comoveu-se com o gesto.

Foi pelas mãos do então vice-governador que o médico ascendeu à Secretaria de Saúde do governo de Luiz Fernando Pezão. Ficou no cargo por dois anos. Saiu para concorrer um mandato legislativo na Câmara dos Deputados.

No Rio, ele é bem relacionado. Entrou para a política pelas mãos da família Lavoura, dona de uma das maiores empresas de ônibus do estado e com forte influência na Fetranspor, sindicato dos donos de ônibus.

Nunca escondeu sua vontade de virar ministro da Saúde, segundo seus interlocutores frequentes. Não desistiu com o desprezo de Jair Bolsonaro. E insiste agora.

Se tiver a autorização do partido, sendo de Nova Iguaçu, pretende concorrer à prefeitura do Rio de Janeiro. Sabe que dificilmente ganhará, mas pretende chegar a um público que não o conhece ou que jamais votaria nele. É como espera chegar, um dia, a governador.

Sobre Solda

Luiz Antonio Solda, Itararé (SP), 1952. Cartunista, poeta, publicitário reformado, fundador da Academia Paranaense de Letraset, nefelibata, taquifágico, soníloquo e taxidermista nas horas de folga. Há mais de 50 anos tenta viver em Curitiba. É autor do pleonasmo "Se não for divertido não tem graça". Contato: luizsolda@uol.com.br
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