Estes contos de Jamil Snege são de um lirismo sofisticado. Feitos de personagens e circunstâncias que nos remetem a um universo ilógico, surpreendente, que subsiste, entretanto, galvanizado pela imaginação fantástica do autor. É o “reductio ad absurdum” de Snege. Apesar de impossível, um mundo estranho que permanece como paralelo da paixão humana. Sobrevive a qualquer descrença e nos faz lembrar, quase sempre com debochado humor e irreverência, a progressiva destruição dos valores que sustentam a realidade que nos foi dada a viver.
Fábio Campana
Jamil Snege, Os Verões da Grande Leitoa Branca; Travessa dos Editores (edição esgotada), capa de Bira Menezes; projeto gráfico de Fernando A. Parzich, 2000. O meu exemplar, com dedicatória, emprestei pra alguém e nunca mais voltou.