Bem me lembro. As revistas eróticas da Grafipar, onde meus textos brilhavam pelas mãos dos melhores desenhistas de quadrinhos do Brasil, eram frequentemente incendiadas nas bancas de jornais e revistas de Curitiba. A coisa acontecia na madrugada e me cortem aquilo roxo se os atentados não eram perpetrados pelos mesmos punheteiros que adoravam ler as revistas.
Quando a Censura Oficial do regime militar proibiu a amostragem das capas ao vivo e a cores, imediatamente a Grafipar envolveu as bandidinhas em plástico preto, vedando o acesso desse material subversivo e certamente comunista a meninos freiras e adultos ameninados. Mas, se podia-se fazer (in)justiça com as próprias mãos, pra que obedecer ao édito do Governo? E lá se iam as bancas a arder. Essas coisas são muito perigosas e volta e meia uma bomba pode explodir no colo de um sargento.