Padrelladas

Posto no mar gelado procuro nadar e tudo é escuro e medo. O Titanic despede-se dos oceanos onde nunca navegou, soltando um mugido doído como vaca que perdeu o rebanho. Pelo menos, Leonardo não virá mais deitar fogo em nossa Amazônia. É Celine Dion, esta que encaminha o barco que nunca chegará até mim?

Correndo na pista, o coração em fogo. Ultrapasso um, alcanço outro, o suor encharcando a camisa. Antes de chegar ao final a dor no peito me acorda e estou na cama procurando por ar.

Fiz um saque perfeito e corri para minha posição no meio da quadra. A bola já vinha voltando e caiu na minha mão. Passei para a linha de frente e o cara levantou, eu saí da posição para dar uma cortada sen-sa-cio-nal. Virei para outro lado e dormi satisfeito porque, mesmo em sonho, ainda era o bambambam no vôlei.

OFERTAS DA SEMANA

Vendo moral ilibada. Sem uso. Artigo pétreo.

Troca-se a frase todos os homens nascem iguais por todos os homens são iguais depois que morrem.

Alugo: Vergonha na cara. Especial para inquilinos dos Três Poderes. Precinho a combinar.

Sobre Solda

Luiz Antonio Solda, Itararé (SP), 1952. Cartunista, poeta, publicitário reformado, fundador da Academia Paranaense de Letraset, nefelibata, taquifágico, soníloquo e taxidermista nas horas de folga. Há mais de 50 anos tenta viver em Curitiba. É autor do pleonasmo "Se não for divertido não tem graça". Contato: luizsolda@uol.com.br
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