Padrelladas

Diário da gripezinha

Acabou. Não se diz mais população brasileira. Agora se diz sobreviventes. “Como vai fulano? Vai sobrevivendo. O que, cá entre nós, é exagero dizer sobreviventes. Prefiro dizer subviventes.  Abaixo da linha da pobreza. Levando a vida, como se diz. Levando sempre. Isso não é nem subviver. Já Monsieur Crorroquine, gozando férias. O que fez durante a vida inteira. Entre uma e outra gozada, vamos descansar que ninguém é de ferro. Do alto do seu albornoz, seja lá o que isso signifique, vê seu povo faminto, desempregado, morrendo como moscas, se bem que moscas morrendo não significa nada.

Brasileiros morrendo também não: por isso morrem como moscas. O que é que eu posso fazer? Não posso fazer nada.

Sobre Solda

Luiz Antonio Solda, Itararé (SP), 1952. Cartunista, poeta, publicitário reformado, fundador da Academia Paranaense de Letraset, nefelibata, taquifágico, soníloquo e taxidermista nas horas de folga. Há mais de 50 anos tenta viver em Curitiba. É autor do pleonasmo "Se não for divertido não tem graça". Contato: luizsolda@uol.com.br
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