Conhecida como a santa dos endividados, Edwiges conta com muitos devotos no mundo todo. Em Edwiges, a Santa Libertária, do jornalista Toninho Vaz, o leitor vai saber como esta duquesa se tornou uma guerreira da paz na Idade Média, sangrenta e bélica.
Edwiges de Andech, a padroeira da Polônia, teve uma trajetória marcada pelo sentimento de justiça e liberdade. A mulher que saldava as dívidas dos encarcerados, que construía mosteiros, ajudava necessitados e doentes, enfrentava diariamente um inferno familiar.
Seus dois filhos disputaram cada palmo de terra até se tornarem inimigos mortais. Seu marido, o príncipe Henrique I da Silésia, foi morto e seu povo sofria com sucessivas guerras e invasões. Farta de tanto ódio, Edwiges optou por empregar toda sua fortuna em novas obras sociais. Tornou-se um exemplo de fé e humildade. Ganhou devotos e transformou-se na protetora dos aflitos.
No Brasil, o culto a Edwiges é muito popular, pois sua imagem está ligada a um problema crônico do nosso país: a falta de dinheiro. Hoje é o dia da Santa Libertária.
O mundo da política no Brasil é mesmo tragicômico. Depois de anunciar um acordo com PSB que isolou Ciro Gomes, o PT agora diz que, além de Manuela D’Ávila do PC do B considera também, segundo o UOL, a possibilidade de o próprio presidenciável do PDT ser vice na chapa de Lula, cuja candidatura deve ser lançada oficialmente neste sábado, 4, na Convenção Nacional do partido.
“Nós temos o PDT como um partido aliado. E já externamos, sim, a vontade de ter o PDT junto nessa caminhada. Eu acho que Ciro Gomes seria um bom vice para o presidente Lula”, disse a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, após visitar Lula na prisão em Curitiba, na sexta-feira, 13, de onde ele comanda as articulações petistas para a disputa eleitoral.
Tenho aprendido muito sobre o gênero humano frequentando praças. Em especial as que possuem equipamento de lazer para crianças. Nas férias e fins de semana vou a algumas delas com minha filha. Com o desemprego galopante, esses locais gratuitos reúnem consideráveis multidões.
Vê-se ali o pai de família com o bebê de colo, a vovó ajudante de mãe, o vovô corcunda, a babá no whatsapp e, claro, todo tipo de gurizada: do mal educado ao catarrento, da fofinha à menina má.
Os balanços, gira-giras, escorregadores ficam repletos de infantes e, depois de alguns minutos, um clima de intimidade ganha lugar entre os presentes. Viramos os parças da praça.
Em função disso percebe-se logo as singularidades de cada um daqueles atores. Bem ao meu lado direito vejo a “vovó espevitada”. É uma senhora já bem enrugada, mas ainda muito ativa. Acompanha a movimentação da netinha com vigor. Talvez até vigor demais. Agora, por exemplo, decidiu dividir a gangorra com a menininha e parece estar sentindo fortes dores na lombar. Uma das babás milagrosamente deixa uma mensagem de voz pelo meio e a resgata. Neta e avó abandonam o picadeiro; a primeira aos pulos, a segunda aos urros.
À minha esquerda há um “pãe”, o famoso pai que também acumula as funções de mãe. Cabelo puxado num coque chinês, barba por fazer, fala mansa e conversando com a cria num linguajar meio feminino. Excessivamente preocupado com as acrobacias da Manuela na casinha da árvore, o “pãe” é ainda maníaco por limpeza. Toda vez que a criança encosta as mãos no chão, lá vem um lenço umedecido em suas palminhas sujas.
No centro das operações surge alguém que encontro em todos as praças em que dou as caras. É a “mãe caga-regra”. Essa é como pardal, não há quintal público em São Paulo onde não haja uma. É a que está gritando para o rebento – e para os outros todos – sobre o que deve ser feito durante as atividades no local.
Minha filha, de cinco anos, acaba de subir no escorregador (pelo escorregador e não pela escadinha, ela é criativa). A filha da caga-regra, menorzinha, decide fazer a mesma arte. Só que fica patinando.
– Não sobe, filha! Essa menina vai cair, mas cada um sabe de si! – grita a caga-regra, olhando-me de soslaio.
É o tempo todo assim, uma verdadeira diretora de cena das antigas. Todos entreolham-se, embaraçados em função do mandonismo da senhora, mas obedecem: o perfil médio dos usuários de pracinhas é o politicamente correto. Já presenciei uma mãe dar um peteleco num moleque só porque ele insistia em chamar uma amiga de “menininha”.
– Antônio Augusto, o nome dela não é menininha, é Ana Laura, Ana Laura!
Antônio Augusto infelizmente esqueceu-se dos apelos da severa genitora e acabou repetindo a genérica denominação; foi atingido na pleura por uma dolorosa mãozada. As pracinhas me deram mais essa lição: a de que o modelo a ser seguido por todos os pais deve ser mantido mesmo que a solução seja uma intervenção matriarcal.
Lula está de bom humor, é candidato e não troca a dignidade pela liberdade de jeito nenhum. Assim foi o resumo feito pelos visitantes ilustres do ex-presidente. Chico Buarque disse ainda que não compreende porque os grandes jornais, “o Fantástico”, não fazem uma matéria com Lula e Martinho ironizou, a falar que a juíza não negaria um pedido da Globo.
Publicado emSem categoria|Comentários desativados em Chico e Martinho com Lula
Cada vez mais assíduo nas declarações públicas em defesa das investigações do Ministério Público no combate à corrupção, o procurador federal Luiz Fernando dos Santos Lima, da força-tarefa da Lava Jato em Curitiba, lembrou, no Facebook, que o juiz da Suprema Corte Americana, Oliver Wendell Holmes, “poderia ensinar muito por aqui”.
E o cita: “Se há um princípio constitucional que seja de mais imperativo cumprimento que os demais, é o princípio de liberdade de pensamento, não o de liberdade de pensamento com aqueles que nós concordamos, mas a liberdade do pensamento que detestamos.”
O procurador Santos Lima sabe que, sem a liberdade de imprensa, uma operação do porte e da importância da Lava Jato não vingaria no Brasil. E nem seria defendida com tanta veemência pela população.
Por tudo isso, a conclusão é que o procurador Santos Lima condena, com veemência, toda e qualquer ação contra a liberdade de imprensa – e, principalmente, processos contra jornalistas que cumprem o dever de cobrar das autoridades os procedimentos pelos quais são responsáveis.
Como diz o próprio juiz Holmes, citado por Santos Lima, o princípio constitucional mais imperativo “é a liberdade do pensamento que detestamos”.
O ex-governador Beto Richa, do Paraná, responde a um inquérito sobre suposto repasse de propina da construtora Odebrecht que já estava ficando famoso pelas idas e vidas entre tribunais. A movimentação agora tem também uma suspeita, trazida por uma matéria do site O Antagonista na manhã desta quarta-feira. O desembargador Luiz Fernando Wowk Penteado, que nesta terça-feira tirou o inquérito das mãos de Sérgio Moro e passou para a Justiça Eleitoral teve uma filha nomeada pelo tucano em novembro de 2017, quatro meses antes dele se desincompatibilizar para disputar as eleições. Camila Witchmichen Penteado foi nomeada em cargo comissionado de assessora da governadoria, com salário bruto de mais de R$ 7 mil. Ela também é filiada ao PSDB de Prudentópolis.
O interesse da defesa de Richa é que o caso fique restrito ao crime de caixa dois, ilegalidade eleitoral que absurdamente recebe penas menores no Brasil. Com o inquérito nas mãos do juiz da Lava Jato, o político paranaense poderia responder por corrupção, com o risco até de ser preso.
A acusação é de repasse de R$ 4 milhões da Odebrecht para a campanha de Beto Richa, em troca de favorecimento na duplicação da PR-323. Por causa do foro privilegiado, o inquérito repousava no STF até Richa deixar o governo. Com a desincompatibilização do político, Sérgio Morro passou a ser o responsável pelo encaminhamento até deste ano, quando uma decisão do STJ determinou a transferência para a Justiça Eleitoral. Em seu despacho atendendo a ordem do STJ, o juiz federal registrou sua discordância, pedindo que o inquérito fosse devolvido a ele.
Conforme escreveu Moro, os fatos demonstram que “não se trata de ‘mero caixa dois”. Segundo o juiz da Lava Jato, há prova de que os pagamentos feitos em em 2014 tiveram “contrapartida específica”, enquadrando-se portanto possivelmente “no crime de corrupção, de lavagem de dinheiro (…) e ainda de ajuste fraudulento de licitação”.
No dia 21 de julho, o inquérito foi devolvido a Moro pela juíza eleitoral Mayara Rocco Stainsack, para logo em seguida o desembargador Luiz Fernando Wowk Penteado acolher pedido da defesa do ex-governador, fazendo o caso retornar para a Justiça Eleitoral. Com a descoberta feita pelo site O Antagonista da nomeação da filha de Wowk Penteado para um cargo comissionado, em decisão assinada pelo próprio Richa, sua decisão fica seriamente desacreditada. Não se trata de nenhum prejulgamento. Com uma filha nomeada pelo investigado, o desembargador tinha a obrigação moral de declarar-se impedido de julgar qualquer caso relacionado ao político tucano.
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