Zé da Silva

Roberto José da Silva – Blog do Zé Beto

Esperava a oferta há muito tempo. Corrupção, palavra que me encantava pela sonoridade e por ser tão forte o apelo no mundo dos homens. Veio. Eu dei o preço, mas fiz exigências, já que a mutreta iria  entupir o corruptor de dinheiro. Pedi minha parte em maços de cédulas que deveriam ser amontoadas na forma de tijolos como via nas casas lá da vila – aquelas que eram construídas aos poucos. Não houve problema. O carregamento chegou depois de fechado o negócios e o cofre público ser mais uma vez limpado. Empilharam a grana do jeito que eu queria – e o bandido ficou ao meu lado tentando decifrar por que eu tinha pedido aquilo. Então, fiz o planejado. Molhei tudo com álcool combustível, risquei o fósforo e joguei. Enquanto eu ria, ouvia os gritos do crápula me chamando de  louco. Sim, era, por isso negociei tudo com quem podia prender – e o fizeram. Depois, sumi. Jamais esqueci aquele monte de dinheiro. E o fogo, e o fogo…

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Múltiplolaco

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As histórias de Nelson Meurer, o primeiro político a ser julgado na Lava-Jato

Nelson Meurer – © Lula Marques

No período áureo de funcionamento do esquema de corrupção da Petrobras, Rafael Ângulo Lopez, o operador do “money delivery”, o famoso serviço de entrega de propina em domicílio montado pelo doleiro Alberto Youssef, surgia em uma das portas da área de desembarque do Aeroporto Internacional Afonso Pena, na região metropolitana de Curitiba. Em meio ao pequeno grupo de pessoas que aguardavam a chegada de parentes e conhecidos, estava o deputado federal Nelson Meurer. Discreto, Meurer cumprimentava rapidamente Ângulo Lopez e os dois caminhavam até o estacionamento onde o filho do deputado aguardava dentro do carro. A cena parecia mais uma chegada de um viajante, como tantos que desembarcam no aeroporto todos os dias. Mas era mais do que isso. Mais uma entrega do “money delivery” estava em curso.

Tudo acontecia muito rapidamente. Ângulo Lopez entrava no veículo com uma mochila recheada por valores que variavam de R$ 100 mil a R$ 150 mil e, minutos depois, surgia no embarque do aeroporto de mãos abanando. “Os dois (Ângulo e Meurer) caminhavam até o estacionamento do aeroporto, Nelson Meurer no mais das vezes acompanhado do seu filho, no carro. Eles davam a volta no entorno do aeroporto e Rafael era entregue novamente no embarque”, descreve Rafael Ângulo Lopez na delação.

A história está contada no acordo de delação que o entregador fechou com a Lava-Jato há alguns anos. Ela ajuda a explicar um pouco da personalidade peculiar do deputado de 76 anos, há seis mandatos na Câmara, que está agora prestes a entrar para a história como o primeiro político a ser julgado pelo Supremo Tribunal Federal por envolvimento no escândalo da Petrobras.

“Nelson Meurer tinha um diferencial em relação aos demais políticos (beneficiários do money delivery)”, descreveu, na delação, o entregador Ângulo Lopez. “Parecia mais cuidadoso ao receber valores. Preocupava-se em não deixar rastros. Não dava nomes de terceiros nem dados para depósitos. Também não recebia valores em residência ou apartamento funcional”, relembra Ângulo Lopez.

Nelson Meurer é um personagem improvável para o papel que o destino lhe impôs. Pouco afeito a discursos públicos, aos embates de ideias na tribuna e ao exibicionismo comum à maioria do Parlamento, ele sempre foi uma figura invisível no Congresso. O deputado do interior de Santa Catarina, que fez carreira política conquistando votos de famílias de agricultores no interior do Paraná, passava a maior parte das sessões em silêncio, assistindo os colegas discursarem, ou em conversas nos cantos escuros do plenário. A história do aeroporto ajuda a explicar o porquê.

Além de fazer o papel de político desimportante, Meurer, segundo o entregador de dinheiro de Youssef, tomava cuidados para não ser notado e para não cair na malha da polícia. Não recebia dinheiro em casa, não tinha contas no exterior nem códigos ou operadores para receber o dinheiro em seu nome. Segundo o delator, tratava do assunto pessoalmente. Quando não recebia dinheiro no aeroporto, Meurer se hospedava num quarto do Hotel Curitiba Palace para receber as entregas de propina. O deputado sempre negou qualquer envolvimento com os crimes investigados pela Operação Lava-Jato.

O Globo

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Tom Wolfe, adeus

Tom Wolfe, jornalista literário e autor de ‘A Fogueira das Vaidades’, morre aos 87 

O escritor e jornalista Tom Wolfe, um dos grandes nomes do jornalismo literário americano, morreu nesta segunda-feira (14) em um hospital de Nova York. A informação foi confirmada ao jornal britânico The Guardian por sua agente literária, Lynn Nesbit. De acordo com ela, ele estava internado com uma infecção. Ele morava na cidade desde 1962.

Com outros repórteres do período, ele ajudou a consolidar a reportagem que adotava técnicas literárias em concepção.

Wolfe é autor de clássicos como “A Fogueira das Vaidades” e “Radical Chique”. Este último, uma reportagem sobre a relação das elites nova-iorquinas com os black ​panthers.

Em uma expressão mais contemporânea, a reportagem seria um retrato da esquerda festiva nova-iorquina. Wolfe descrevia um jantar, na casa do maestro Leonard Bernstein, para arrecadar fundos para os ativistas negros.

Esta reportagem foi publicada no Brasil dentro do livro “Radical Chique e o Novo Jornalismo”, lançado pela Companhia das Letras.

Num ensaio incluído nessa edição, Wolfe tentava sistematizar o que a geração de jornalistas literários americanos havia criado —explicando o que, afinal, havia de novo naquele gênero.

Esse ensaio, de 1973, foi o responsável por criar o termo novo jornalismo.

A novidade era a aplicação de técnicas de escrita estabelecidas pelo realismo literário, por nomes como Balzac e Gustave Flaubert, às narrativas de não ficção. Por isso, o grupo que incluía ainda Truman Capote e Gay Talese adotava ferramentas como a construção de diálogos e a descrição minuciosa de cenas e ambientes.

É curioso o elogio que Wolfe faz do realismo —cuja chegada à literatura ele compara à invenção da eletricidade—, porque o novo jornalismo floresce num momento em que, dentro da ficção, o gênero estava em baixa.

Já “A Fogueira” foi publicado no Brasil pela Rocco, mas está fora de catálogo. O último lançado aqui foi “O Reino da Fala”, de 2016.

Wolfe nasceu na Virginia, em 1931, e saiu da faculdade de direito para a reportagem, no Springfield Union, de Massachusetts. Foi para Nova York, em 1962, trabalhar no The New York Herald Tribune e nunca mais deixou a cidade. Ele vivia com sua mulher, Sheila, e tinha dois filhos.​

Não era difícil reconhecer sua silhueta. Alto, olhos azuis, rosto de criança —e sempre desfilando seus ternos claros, como um dândi. Uma vez,, pediram ao autor que descrevesse seu estilo. E ele disse que era “neo-pretensioso”.

Sua escrita, disse certa vez, era feita o tom bege do jornalês que encontrou quando começou a trabalhar. “Os leitores choravam de tédio sem entender por quê. Quando chegavam àquele tom de bege pálido, isso inconscientemente os alertava de que ali estava de novo aquele chato bem conhecido, ‘o jornalista’, a cabeça prosaica, o espírito fleumático, a personalidade apagada, e não havia como se livrar do pálido anãozinho, senão parando de ler”, escreveu em “O Novo Jornalismo”.

Folha de São Paulo

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O difícil papel de Fernanda Richa no governo dos Barros

Ruth Bolognese – ContraPonto

Muitos são os integrantes do governo Beto Richa que permaneceram no período da família Barros. E ocupando cargos importantes, como secretarias, autarquias e chefias de departamentos.

Mas uma remanescente em especial, dona Fernanda Richa, vive dias atribulados, após a demissão sumária do braço direito de seu marido desde os tempos da prefeitura, o jornalista Deonilson Roldo. Como se sabe, Roldo ocupava a diretoria de Gestão Empresarial da Copel e mais 5 cargos em conselhos de empresas publicas paranaenses.

Flagrado numa gravação divulgada na última quinta-feira tentando interferir numa licitação de R$ 7 bilhões, supostamente para favorecer a mega empreiteira Odebrecht, passou o final de semana sem emprego, devidamente exonerado pela família Barros.

Sem Deonilson Roldo como representante-mor de Beto Richa na nova equipe, quem ocupa o lugar de pessoa mais próxima do ex-governador é, obviamente, sua mulher, secretária de Assuntos da Família, mesma função dos últimos 7 anos. Além de Ezequias Moreira, não esquecendo.

Apesar da discrição com que sempre se portou, dona Fernanda trabalha com uma equipe escolhida a dedo pelo deputado federal Ricardo Barros e sua mulher, a governadora-candidata Cida Borghetti. Ou seja, todos fielmente dedicados a ambos, de longa data.

Com o marido sendo investigado a mando do juiz Sérgio Moro, delações premiadas pipocando de todo o lado e contando detalhes dos malfeitos recém passados, a exemplo do diretor do DER , Nelson Leal Jr.,  a vida de dona Fernanda não está fácil. Só o futuro dirá por quanto tempo dona Fernanda ainda fará parte do governo da família Barros.

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O livre pensar de Leila Pugnaloni

© Marcello Kawase

Leila Pugnaloni fala sobre a liberdade de criação, o movimento, o rigor – ainda que não acadêmico –, o livre pensar a partir da percepção da realidade e do uso de diferentes formas de linguagem no processo artístico, como a dança, a palavra e o desenho. Suas obras refletem esse olhar. O ruído no traço, a imprevisibilidade, a estrutura pensada, porém, disposta ao risco.

A artista estudou na Escola de Música e Belas Artes do Paraná (Embap); na Escola de Artes Visuais do Parque Lage, no Rio de Janeiro, e na Art Students League of New York.
Desde 1980, realizou mais de 20 exposições individuais e participou de mais de 40 coletivas. Em 1994 e 1995, participou do Salão Nacional de Artes Plásticas (RJ). Também em 1995 foi premiada pelo Salão Paranaense, organizado pelo Museu de Arte Contemporânea do Paraná.

Possui obras nos acervos do Museu de Arte Contemporânea do Paraná (MAC/PR); Museu Oscar Niemeyer (MON); Fundação Cultural de Curitiba; Museu de Arte do Rio (MAR); Biblioteca Nacional (RJ); e também em coleções particulares no Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e Nova York.

Acredita que a troca de experiências entre público e artista pode estimular novas possibilidades de reflexão a propósito da arte e da vida no mundo contemporâneo. Leila revela silêncios, constrói narrativas a partir do acaso, ao que surge, ao que não está no plano. Sua obra possui movimento e leveza – com todas as perguntas possíveis – permeada de força e delicadeza.

Marianna Camargo – Revista Ideias|Maio|2018

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30º Salão Internacional de Humor do Piauí

Dez anos depois da exposição em Teresina, os 10enhistas de Humor do Paraná, em  Parnaíba, no Campus Ministro Reis Velloso, Universidade Federal do Piauí.  © Vera Solda

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General Ernesto Geisel

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Tchans!

© Andre de Dienes

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Togas insaciáveis

Rogério Distéfano – O InsultoDiário

Mais uma contra Lula: um juiz de Brasília, aquele com nome em homenagem a Walt Disney, o doutor Vallisney de Oliveira, aceita investigação de Lula e Lulinha sobre mutretas na compra dos caças suecos. Sacanagem togada, mais uma. Lula não seria burro de pegar comissão da Suécia na compra de aviões.

Pai e filho são aviões, em bom brasileiro. Se quisessem vantagem, exigiriam um Prêmio Nobel, da Paz, de Literatura, até de Economia pela multiplicação das propinas no Bolsa-Petróleo. Os Lulas teriam o prêmio mais a grana que vem junto. Têm méritos de sobra, filho e neto da mulher que nasceu analfabeta.

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Mural da História

7 de março, 2009

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Tempo

Lina Faria (caingangue), Cristóvão Tezza (waurá), Paixão (pataxó), o cartunista que vos digita (bugre) e Vera Solda (txucarravó) . © Myskiciewicz

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Luscar

© Luscar – A Charge Online

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Elogio da loucura

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Colegialidade

Rogério Distéfano – O Insulto Diário

Os recursos de Lula vêm sendo rejeitados no Supremo, inclusive pelos ministros que antes votavam a favor dele. O que mudou? Numa palavra, a colegialidade.

Mérito da ministra Rosa Weber, que convenceu os colegas de que o tiroteio de opiniões desencontradas desacredita o tribunal. Então é melhor chegar ao consenso, ainda que com divergências de fundo.

É como funciona a Suprema Corte dos EUA, apregoado modelo de nosso Supremo. A incógnita está em se a colegialidade também cala a boca dos ministros exibicionistas.

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