Cogito, ergo sumo

(Via Zé Beto)

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Seus ovos não me assustam

Rogério Distéfano – O Insulto Diário

 “Enquanto muitos pobres dormiram sem ter ovos para se alimentar” – o único brado ameno de Lula no sábado, quando atacado por ovos em São Miguel do Oeste, SC. Ele reclamava contra os “canalhas” que “tacavam ovos” em sua caravana.

“Desperdício de alimento”, o comentário da presidente do PT, Gleisi Hoffmann, que inaugurou a bateria ovo-aérea. No melhor estilo gleiciano, aquele da lady petista, arrematou “não temos medo dos ovos de vocês”.

Gleisi ia ao Paraguai de vez em quando em sua época de diretora de Itaipu. Não aprendeu que ‘huevos’, ovos em espanhol, significa coragem, valentia, ousadia, o equivalente a ‘cojones’, os colhões do Brasil, de pouco uso entre nós.

Na falta de cojones, o catarinense ‘tacou’ huevos na caravana de Lula. Feio, e os ovos foram a pior metáfora dos governos petistas. Lula e Gleisi dizem que foi desperdício, ovos são alimentos.

Os ovos catarinenses, lição a extrair. Primários, Lula/Gleisi acham que os ovos deveriam ir para o cara que “dormiu sem ter ovos para se alimentar”. Ovos estão no Bolsa-Família, Lula/Dilma criaram o Pró-Ovo?

Depois de privatizar os ovos públicos – Lava Jato, fundos, Pasadena – querem socializar os ovos privados. Os lançadores – tacadores, segundo Lula – pagaram aqueles ovos com o trabalho, não com a propina.

Se os clientes da demagogia Lula/Dilma dormiram sem ter ovos para se alimentar, os caras que lançaram os ovos acordaram sem seus ovos mexidos. Lula/Gleisi descobriram que o ovo às vezes vem antes da galinha.

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Playboy – Anos 50

1954|Diane Hunter. Playboy Centerfold

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Credores cobram R$ 46 mi do PT na Justiça

Empresas que trabalharam para o PT nas últimas campanhas eleitorais cobram judicialmente ao menos R$ 46 milhões em dívidas do partido. A Folha localizou 24 processos contra o partido na Justiça paulista. A maior parte tem como alvo da cobrança o diretório estadual da legenda de São Paulo. Entre os credores, há empresas de marketing político, gráficas, produtoras, fornecedores de material promocional, um escritório de advocacia e até uma prestadora de serviços contábeis. As dívidas começaram a se multiplicar em 2014, ano de deflagração da Operação Lava Jato.

Um exemplo:  A Diorsi Comércio de Brindes, por exemplo, foi contratada por R$ 906,2 mil na campanha de 2014 para fornecer material publicitário, como bandeiras e estandartes. A mercadoria, porém, não foi paga e a empresa alega que, por conta disso, ficou em precária situação econômica, tendo de paralisar suas atividades em 2015. Considerando o valor atualizado da dívida e os juros legais, a Diorsi cobra R$ 1,507 milhão do PT.
O partido não nega ter adquirido os produtos da empresa, mas, na petição em que pede a extinção da ação, faz questão de dizer que a contratação foi “verbal”. Afirma também que os pagamentos ocorreriam ao longo de quatro anos, “conforme a possibilidade financeira e sem acréscimo de juros ou correção monetária”. Diz que já pagou parte do valor.

Outra empresa que cobra o PT na Justiça é a Digital Polis, contratada em 2014 por R$ 4 milhões para criar e manter uma página na internet para Alexandre Padilha, então candidato ao governo. A última parcela do compromisso deveria ter sido quitada no dia 4 de outubro de 2014. O pagamento, porém, diz a empresa, não ocorreu. A dívida com a empresa estaria na casa dos R$ 2,4 milhões. Uma das sócias da Digital é Alice Requião, enteada do marqueteiro João Santana, que fez as campanhas presidenciais de Lula e Dilma Rousseff e hoje tem um acordo de delação premiada com o Ministério Público. Na ação em que a dívida é cobrada, o PT declara que, em razão das novas regras de financiamento das campanhas eleitorais, “a obrigação se tornou excessivamente onerosa” e pede a “alteração de seus parâmetros”.

Folha de São Paulo

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Quaxquáx!

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Justiça ao gosto de Renan Calheiros

O destino preocupante da Justiça brasileira ficou muito claro no comentário do senador Renan Calheiros em seu Twitter, que vem sendo repassado nas redes sociais. Ele aplaude com entusiasmo o STF pela decisão de votar o habeas corpus do ex-presidente Lula. A animação de Renan deve ter ficando ainda maior com o improviso dos ministros do Supremo, que agiram como coelhinhos de Lula, com a liminar que impede sua prisão até que passe a Páscoa. Aí então é provável que adocem com um belo ovo de Páscoa a gulodice do condenado em segunda instância por corrupção e lavagem de dinheiro.

E o que é bom para Lula é melhor ainda para Renan Calheiros. O STF tem gavetas recheadas de casos de corrupção do ex-presidente do Senado. Já são 18 inquéritos, com acusação até de uso de documento falso usando a presidência do Senado. A lentidão dos ministros pode ser conferida pelo andamento de um deles, muito grave, sobre pagamentos feitos a sua amante, a jornalista Mônica Veloso, com quem teve um filho fora do casamento. A denúncia foi aberta em 2013, mas a abertura do processo criminal só foi autorizada pelos ministros 4 anos depois.

A empolgação de Renan com o STF faz todo o sentido, ainda mais agora que engrenou um acordão que envolve tucanos, como Alckmin e Aécio Neves, peemedebistas com Michel Temer à frente, tendo na jogada evidentemente também o Lula. Na mensagem do Twitter, Renan deu vivas à democracia e ao respeito à Constituição. Como eu disse, isso é mais que sinal vermelho. Olhem só o perigo que foi o dia de ontem no STF. Para Renan ficar animadão desse jeito, com certeza ele acredita que a Justiça foi para o beleléu.

José Pires|Brasil Limpeza

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Lula aposta no STJ para se candidatar

O STF tirou Lula da cadeia.E o STJ pode dar-lhe a candidatura presidencial. Diz Cristiana Lôbo:

“A estratégia da defesa do PT é concentrar esforços no recurso apresentado ao STJ para tentar anular a condenação que foi imposta ao ex-presidente Lula pelo Tribunal Regional Federal de Porto Alegre, onde recebeu a sentença de 12 anos e um mês de prisão.

Se obtiver sucesso, ele teria a solução de seus grandes problemas: escaparia da prisão e, ainda, deixaria de estar inscrito na Lei da Ficha Limpa, podendo, portanto, registrar sua candidatura à presidência da República.”

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Lula e o onanismo

Rogério Distéfano – O Insulto Diário

Lula tem procurado Josué Guimarães, filho de José Guimarães, para replicar a dobradinha de dois mandatos na presidência e vice. Me veio o sermão do Ginásio Adventista, quando pastor Belezzi contava a história de Onã, cunhado de Tamar, mulher de seu irmão Er, filho primogênito de Judá. Como Er morreu sem filhos, Judá mandou que Onã casasse com Er, para que os filhos dela tivessem direitos de primogênito, como se fossem filhos do primeiro marido.

Onã aceitou, mas queria a herança. Sendo o segundo filho, na falta de filhos de Er, o primogênito seria ele. Para isso, Onã inventou o primeiro método anticoncepcional registrado na Bíblia: transava com a cunhada, mas “lançava seu sêmen à terra, desperdiçando-o”. Na dúvida confiram o Gênesis/38. Era o ‘coitus interruptus’ dos romanos. De Onã derivou a palavra e prática do onanismo, nome técnico da masturbação. O brasileiro de bar diria, ‘na falta de Er, faço errado eu mesmo’.

“O filho do vice entra como Er na fantasia de Lula, esse Onã que não quer perder a herança nem fazer filho na viúva alheia”.

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O Paraná é aqui?

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Tchans!

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Mary_Jane. © I Shot Myself

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Recados assassinos

Ruy Castro – Folha de São Paulo

O crime está infiltrado nas nossas próprias tripas

O assassinato da vereadora Marielle Franco tem todas as características de um recado. Foi friamente planejado, com o requinte de carros de tocaia, conhecedores dos deslocamentos da vítima e comunicando-se entre si com os faróis. E ainda mais friamente executado, por um atirador experiente e treinado, que nem precisava ver o alvo. Marielle, apesar de militante e combativa, não tinha por que ser esse alvo —segundo consta, nunca fora ameaçada. Donde, se é um recado, o que diz e para quem?

Vide o caso da juíza Patrícia Acioli, executada em 2011 com 21 tiros no rosto e no tórax, disparados por quatro homens de capacete em duas motos, ao chegar sozinha à sua casa em Piratininga, bairro de Niterói. Patrícia tinha 47 anos e era mãe de três adolescentes. Em dez anos como juíza, condenara 60 policiais acusados de corrupção e de pertencer a milícias ou a grupos de extermínio. Ao contrário de Marielle, Patrícia vivia sendo ameaçada e andava com escolta. Na noite do crime, por acaso —ou não— estava sem. Como os assassinos ficaram sabendo?

Pela ferocidade, a execução de Patrícia teria mais características de vingança, de ajuste de contas, que a de Marielle. Mas era também um recado —uma mensagem para as forças da ordem, de que o crime está preparado para o combate que, mesmo tibiamente, tentam lhe impor. E de que tem mais recursos do que se supõe —sua munição, por exemplo, entra em seus revólveres pelos meios legais.

Nenhum dos últimos governos preocupou-se com a segurança no país. Sob Fernando Henrique Cardoso, Lula e Dilma Rousseff, o crime cresceu à vontade e a taxas superiores às da economia. Foi-lhe permitido infiltrar-se nos órgãos que deveriam combatê-lo e, com isso, fazer parte do Estado.

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Marcelo Freixo, padrinho-político de muitos votos

O mapa de votação de Marielle Franco publicado nesta sexta-feira pelo site O Antagonista esclarece muito bem o exato perfil político da vereadora eleita pelo Psol, assassinada no Rio de Janeiro. Depois de morta, Marielle tem sido exaltada bastante por seu partido e pela esquerda em geral como representante das favelas cariocas e importante liderança popular, perfil que não confere com os números obtidos pelo O Antagonista.

Eu já havia estranhado ver depois de sua morte, em vários lugares, esta imagem poderosa de liderança popular emergente veiculada em textos e vídeos. Achei um descuido que tivesse passado despercebida da imprensa uma jovem mulher de um pequeno partido político de esquerda, com forte liderança sobre favelas do Rio de Janeiro, com tanto peso político que acabou sendo eleita em quinto lugar, com mais de 40 mil votos. Mas não houve descuido algum. Os números da sua votação mostram que essa figura mítica surgiu depois do cruel assassinato. É uma lamentável invenção da esquerda em ano eleitoral.

Mesmo no lugar onde mora, o Complexo da Maré, Marielle conseguiu apenas 50 votos, o que mostra que seu poder de convencimento político não é tão grande, além de seu prestígio não ser lá essas coisas na favela onde vive desde a infância. Em outras favelas cariocas sua votação foi igualmente muito baixa. Marielle se elegeu a partir de votações altas em bairros com eleitores de maior poder aquisitivo e isso aconteceu porque para sua eleição o Psol usou do mesmo artifício de qualquer outro partido.

A vereadora teve o reforço de votos da base eleitoral de seu padrinho político, o deputado estadual Marcelo Freixo, candidato a prefeito muito bem votado no ano em que ela virou vereadora. Certamente ela teve sua candidatura beneficiada de várias formas durante a campanha, um recurso que pode não ser ilegal, mas ainda assim é um privilégio que depende da cúpula partidária, do mesmo modo que é feito por partidos tradicionais condenados pelo Psol por esta prática.

Como os demais partidos de esquerda, o Psol finge que faz política de forma diferente, mas de modo encoberto usa os mesmos artifícios e imposições para a eleição de seus políticos. O partido tem também seus caciques políticos, sendo Freixo um dos mais poderosos. Independente da divergência que tenho com suas ideias, ele é um político muito capaz e de uma coragem que não é pra qualquer um.

Freixo foi presidente na Assembleia Legislativa carioca de uma CPI das mais arriscadas, que investigou em 2008 as milícias no Rio de Janeiro. Foram presos vários integrantes de grupos criminosos, inclusive policiais. O parlamentar sofreu ameaças de morte e até hoje anda com seguranças. A sua estreita ligação pessoal e política com Marielle pode inclusive levar a pensar que o assassinato teve como objetivo principal atingi-lo. Não vi esta tese em nenhum lugar e evidentemente não conto com outra fonte para fortalecer a suspeita que não seja o que está aqui relatado. Mas é provável que na investigação do crime estejam levando em consideração esta hipótese. Eu faria isso.

José Pires|Brazil Limpeza

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O viés elástico

Ruy Castro – Folha de São Paulo

Desponta uma nova e inevitável aliança

Uma amiga minha estava diante de uma juíza prestes a decidir um duro conflito envolvendo sua filha e seu genro. Parecia não haver dúvida sobre quem era o vilão da história. Mas, para surpresa geral, a juíza decidiu a favor dele —do vilão. Minha amiga não pôde conter uma exclamação, tipo “Oh!” ou “Ah!”, de espanto e decepção. A juíza a ouviu. Vendo naquele “Ah!” ou “Oh!” uma afronta ao Judiciário, a juíza acusou-a de desacato e mandou prendê-la ali mesmo. Minha amiga passou a noite na cadeia. Seu ex-genro saiu rindo. 

Mas isso foi no tempo em que decisões judiciais não se discutiam —cumpriam-se. Hoje, qualquer veredicto de um juiz ou colegiado leva uma chuva de ataques assim que é proclamado. Se o resultado não agrada a uma das partes, duvida-se em voz alta da idoneidade do juiz, de sua boa-fé e até de sua honestidade. Os juízes, agora, fingem não ouvir. Seus ofensores —vários vergados sob processos que recomendariam um mínimo de prudência —continuam assobiando no azul.

Julgamentos só são considerados isentos se favorecerem certo ponto de vista. Mas que ponto de vista é este que só enxerga um viés maldoso quando o desfavorecido é Lula —e, pela omissão, parece achar perfeita a situação de Sérgio Cabral, Eduardo Cunha, Paulo Maluf, Marcelo Odebrecht, Léo Pinheiro e outros presos e/ou condenados?

E onde foi parar a solidariedade para com velhos camaradas como José Dirceu, Antonio Palocci, Delúbio Soares, João Vaccari, João Santana, José Carlos Bumlai, Henrique Pizzolato, Nestor Cerveró? E será que virarão as costas a Delfim Netto, que tantos bons serviços lhes prestou?

Mas esse viés é mais elástico do que se pensa, e a prova disso pode acontecer em breve. Desmoralizando uma famosa palavra de ordem, desponta uma nova e inevitável aliança: Lula e Temer.

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Mais que um crime

Rogério Distéfano – O Insulto Diário

A EXECUÇÃO DE MARIELLE FRANCO, a vereadora do Rio de Janeiro, evoca o episódio de 1804, na França, em que o cônsul Napoleão Bonaparte mandou um regimento clandestinamente ao ducado de Baden, na Alemanha, para sequestrar o duque de Enghien, da família Bourbon, destronada na Revolução Francesa. O futuro imperador temia que Enghien liderasse a restauração da dinastia – e frustrasse seu projeto pessoal de empalmar o trono.

O duque, jovem de 31 anos, não participava de movimento restaurador. Recém tinha casado e não exercia qualquer liderança, sequer controlava forças militares. Trazido à França, foi julgado no mesmo dia e fuzilado horas depois, na madrugada. O caso provocou comoção na Europa e ampliou o isolamento da França, já desgastada entre as casas reais devido a seu modelo republicano e ao morticínio do Terror.

Um dos auxiliares de Napoleão, o bispo Charles-Maurice de Talleyrand-Pèrigord, acabado estadista de perfil maquiavélico, fez o comentário que ficou na História sobre a execução do duque de Enghien: “Mais que um crime, foi um erro”. Como a execução de Marielle Franco, que mobilizou multidões raramente vistas no Brasil contemporâneo.

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Quem matou Marielle?

Marielle Franco – © Renan Olaz|CMRJ

Assassinato chocante da vereadora carioca atinge instituições e bandeiras

O assassinato da vereadora carioca Marielle Franco (PSOL), 38, é um episódio que transcende a rotina de atrocidades cotidianas na qual se inscreve para se projetar, em sua brutalidade e carga simbólica, como um clamor contra a barbárie instalada em setores inteiros da sociedade brasileira.

A principal linha de investigação policial aponta para um homicídio premeditado. Sentada à direita do banco traseiro de um automóvel, a vereadora deixava um evento do qual participara, na região central do Rio. A dada altura, no bairro do Estácio, um outro veículo aproximou-se lateralmente —e se efetuaram os disparos.

As características da ação, o fato de que nada foi roubado e os nove projéteis que, segundo a perícia, foram direcionados para o local onde a vítima se sentara não parecem deixar margem para especulações. Além de Marielle Franco, o motorista Anderson Gomes, 39, também foi atingido e morto.

É preciso que as pregações de investigação rigorosa, prontamente feitas por autoridades, do presidente da República ao interventor na área de segurança do Estado, sejam cumpridas e que se identifiquem o quanto antes os executores e os mentores do crime.

Os disparos que tiraram a vida da vereadora atingiram também outros alvos —instituições, princípios e causas. Ela exercia mandato em defesa de estratos da sociedade dos quais era parte.

Mulher, negra, nascida na favela da Maré, chegou à universidade, formou-se em sociologia e descortinou um futuro promissor na política. Combatia a discriminação racial, militava por direitos de mulheres e da comunidade LGBT; denunciava ações ilegais de milícias e de setores da polícia.

Milhares protestaram nas ruas contra o homicídio, que também reverberou no exterior. Parlamentares promoveram atos no Congresso, empresários expressaram-se em prol das apurações, artistas demonstraram solidariedade e organizaram-se manifestações, no Rio e em outras cidades.

Já em si perturbador, o assassinato ocorre num momento especialmente sensível, quando as Forças Armadas, em meio a questionamentos e expectativas, são convocadas a intervir no quadro desastroso da segurança fluminense.

O fato de a vereadora ter criticado a ação federal talvez sirva para alimentar as inevitáveis teorias conspiratórias, que em geral mais turvam o ambiente do que contribuem para os esclarecimentos. Estes, repita-se, têm de vir sem demora. O crime precisa ser elucidado para que se faça justiça e o país saiba quem matou Marielle.

​editoriais@grupofolha.com.br

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