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Poema sujo
© Guinski. Luiz Antonio Guinski, da luizarada de Curitiba.
Publicado em Geral
Com a tag © Guinski, luiz antonio guinski, luizarada de curitiba
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Chiquito pero cumpridor
Rogério Distéfano – O Insulto Diário
DO UOL, indispensável, sempre um alento para os dramas do sexo, traz hoje a enquete das mulheres que dizem maravilhas de transar com homens de pênis pequeno (a gente do uol ainda fala ‘pênis’). Pseuda novidade, diria Dilma. Los hermanos ensinam ‘chiquito pero cumpridor’. Cumpridor não é compridão em espanhol. É ‘eficiente’.
Sobre as maravilhas de transar com homem de pinto mole que é bom, nada – perdão, sou dos bons tempos em que pinto era pinto, o avatar do galo e primo do ganso, aquele que na mitologia do sexo sempre é afogado. ‘Que é bom’, aqui, é mera força de expressão. Se alguém disser que é bom é pura falta de tesão.
Publicado em Rogério Distéfano - O Insulto Diário
Com a tag O Insulto Diário, Rogério Distéfano - O Insulto Diário, uol
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Biblioteca homenageia as poetas paranaenses no Mês da Mulher
Helena Kolody, Luci Collin e Priscila Merizzio. © Divulgação
Ao longo do mês de março, a Biblioteca Pública do Paraná promove uma ação nas redes sociais e no site da instituição para homenagear as mulheres. A partir desta quinta-feira (8), Dia Internacional da Mulher, serão divulgados vídeos com a produção de dez poetas nascidas ou radicadas no Estado. A atriz Kellyn Bethania lê, em diversos pontos da Biblioteca, poemas de Adélia Maria Woellner, Ana Guadalupe, Bárbara Lia, Célia Musilli, Greta Benitez, Helena Kolody (1912-2004), Júlia da Costa (1844-1911), Karen Debértolis, Luci Collin e Priscila Merizzio. São poetas de diferentes gerações, residentes em Curitiba e no interior.
A atividade da BPP faz parte da programação do Mês da Mulher, série de eventos promovida pela Secretaria de Estado da Cultura (SEEC) que visa à valorização da mulher nas áreas acadêmica, artística, cultural, pessoal e profissional. Mais informações sobre a programação pelo site www.cultura.pr.gov.br.
Publicado em Sem categoria
Com a tag biblioteca pública do paraná, helena kolody, luci collin
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Solda me acompanha
Piruetas de Lula
Em entrevista à Folha, líder petista desenvolve teorias conspiratórias inverossímeis
Diante de um momento dificílimo em sua carreira, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) fez jus a sua reconhecida imagem de político habilíssimo em entrevista concedida a esta Folha. Como qualquer envolvido em sérias evidências de corrupção, proclama-se inocente, diz confiar nas instituições e ser vítima da perseguição de seus adversários.
Há algo em Lula que se afasta, entretanto, da rigidez persistente ou do tom melodramático com que outros investigados e condenados procuram negar os fatos. Nota-se no ex-presidente um à vontade, um humor, um toque de intimidade na interlocução que, sem dúvida, poucos na situação seriam capazes de manifestar.
Ele pode beneficiar-se, ademais, do calor indiscutível que lhe transmite a persistente popularidade. Deriva daí, sem dúvida, o paradoxo que configura todo seu diálogo com a jornalista Mônica Bergamo. Lula estaria morto politicamente, como se diz, mas ainda assim vivíssimo; parece fora da realidade, mas ao mesmo tempo sente a realidade a seu favor. Resvala pelas mais patentes contradições e cobre-as de irônica coerência.
É assim que, de um lado, investe nas delirantes versões de que a atuação do juiz Sergio Moro segue instruções de Washington, motivadas pelas riquezas do petróleo; ou de complôs da Polícia Federal, do Ministério Público e da imprensa.
De outro, refuta a ideia de que seria contrário à Operação Lava Jato; diz orgulhar-se de ter instituído, no governo, mecanismos eficientes de combate à corrupção —e tem boa dose de razão neste ponto.
Mas, se merecem elogio as instituições, é quando prendem outros que não os petistas. Ressalte-se, entretanto, que Lula abre uma exceção a seu ex-ministro Antonio Palocci Filho, “que demonstrou gostar de dinheiro”.
Aqui, o juiz Moro certamente não terá então agido por influência do governo americano. O custo de tamanha ginástica implica atribuir as revelações sobre a conduta do presidente Michel Temer (MDB) a uma tentativa de golpe, como a que em sua visão atingiu Dilma Rousseff.
Temer seria mais uma vítima das conspirações, do mesmo modo que os protestos de junho de 2013 consistiram, quem sabe, em outra estratégia da CIA.
Sobre os favores que recebeu de empreiteiras, Lula recusa-se a comentar seu aspecto ético; prefere, aqui, refugiar-se nas formalidades do campo jurídico. Nesse vaivém vertiginoso ele prossegue, esperando que a realidade política predomine sobre a realidade dos fatos —e que a esperteza triunfe sobre a lei. É popular, mas ilude cada vez menos.
Publicado em Luiz Inácio Lula da Silva
Com a tag editoriais@grupofolha.com.br, luiz inácio lula da silva
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Lula preso ou Lula preso
Seis ministros do STF preparam um golpe para tirar Lula da cadeia, impedindo a prisão dos condenados em segundo grau. Segundo Merval Pereira, porém, os outros cinco ministros pretendem reagir.
“Há quem entenda que, a partir da condenação em segunda instância, estão dadas as condições da prisão preventiva do condenado, para evitar que tente fugir do país, perturbe a ordem pública, ou atue atrapalhando a instrução processual. Uma questão de ordem pode ser levantada após o resultado final para que o STF acate a tese de que, embora a prisão para execução provisória da pena não seja possível antes de uma decisão do Superior Tribunal de Justiça, a prisão preventiva nesses casos passa a ser a regra, sujeita a restrições que serão especificadas.”
Lula, nesse caso, seria preso preventivamente até o julgamento no STJ, que deve ocorrer no segundo semestre.
Gênero, em inúmeros graus
Rogério Distéfano – O Insulto Diário
SÃO 6:30 da manhã, percorro o noticiário, interrompo a leitura para uma ducha gelada: estou acordado? sonho ser cidadão escandinavo? Não, não era sonho, mas o pesadelo diário, em estado de vigilia, na realidade brasileira. O que me causava impressão vinha do julgamento do STF sobre uma aspecto das disputas de gênero: a mudança do nome no registro civil sem a mudança de sexo. Ou sem intervenção cirúrgica e hormonal, nas palavras precatadas do ministro Edson Fachin.
Nada contra, tudo a favor, quem está desconfortável – disse o ministro Luiz Barroso – com o gênero, tem mais é que mudar. Aliás, o STF deveria garantir isso não só para quem está desconfortável no sexo, mas para qualquer um que esteja desconfortável em qualquer situação. Com os ministros do STF, para começar. Os ministros diriam que a Constituição ‘assegura’ (a brava gente da lei adora o verbo ‘assegurar’) uma ‘ampla gama de liberdades’ para toda e qualquer mudança. ‘Nos limites da lei’, claro.
Não é exato assim, nem é totalmente assim. Por exemplo. 1. Para mudar o nome do gênero bastará ir ao registro civil e dizer, nem precisa provar, que está desconfortável. 2. Eu cheguei a esta altura da vida desconfortável com o meu nome, que todo mundo confunde com ‘Sérgio’; se quiser mudar tenho que convencer o juiz de meu desconforto. Nenhum juiz aceitará minha palavra de desconforto. Ao contrário, diria que se pudesse mudaria o dele para ‘Rogério’. Ainda que se chame ‘Sérgio’.
O julgamento do STF foi só emoção, os ministros babando de solidariedade de gênero. Queria poder transcrever os bolodórios da toga e da beca, mas não haveria vantagem, eles falam assim até em casa. Tive um colega, hoje milionário com indenização do Estado, que no primeiro dia de advogado recebeu no escritório a cliente que queria cobrar cheque sem fundos. Ele pergunta: “Como a senhora houve o cheque”. A cliente pulou fora, pensou que aquele advogado pirado ouvia cheques.
Senti que os ministros do STF têm problemas de gênero, tamanha a generosidade de suas opiniões. Mas continuo perplexo: o que esses magníficos magistrados têm a favor do gênero corrupto e do gênero distorção do auxílio-moradia que não se esbaldam daquele jeito para conciliar a lei com as aspirações da sociedade. Ainda liberam o auxílio-moradia para que os juízes mudem o nome: auxílio-indenizatório. Nem precisa. Quanto aos corruptos, igual: eles se chamam honestos.
Publicado em Rogério Distéfano - O Insulto Diário
Com a tag Rogério Distéfano - O Insulto Diário
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Tchans!
Na praça, sem Julia Wanderley
Qual não foi minha decepção ao tomar meu ônibus na praça do Teatro Guaira também conhecida como da Universidade e só raramente de Santos Andrade. O busto da Professora Julia Wanderley já não se encontrava ali, protegido por um espinhoso pé de capota, que não protege nada.
Quem é pago para proteger o bem público, e se não o faz não há porque pagarmos pela existência desses elementos, não deve ser o pé de capoca ou as belas Araucárias angustifolias ou mesmo as outras obras de arte que faziam companhia ao bronze daquela estimada cidadã. Estou triste com a presença cada vez mais real do crime em nossa sala de estar e do dar de ombros de nossas plácidas autoridades. Eu disse plácidas, assim rima com flácidas.
Ex-deputado Carli Filho admite culpa pela morte de jovens em acidente
O ex-deputado Luiz Fernando Ribas Carli Filho admitiu a culpa pela morte de dois jovens no acidente provocado por ele em maio de 2009. Durante o seu depoimento no primeiro dia de julgamento em Curitiba, em que ele responde por homicídio com dolo eventual, ele disse estar arrependido e chegou a pedir desculpas para as mães das duas vítimas.
“Eu sou culpado, mas nunca tive a intenção de matar ninguém. Eu errei, eu bebi, eu dirigi. Eu sei que nunca tive a oportunidade de pedir desculpas para a dona Christiane e para a dona Vera, quero pedir desculpas. Quero do fundo do meu coração”, disse Carli no encerramento do primeiro dia do júri, na noite de terça-feira, 27.
O julgamento ocorre após nove anos, uma vez que a defesa do ex-deputado chegou a apresentar 33 recursos, o último deles ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, na tentativa de tirar o júri de Curitiba. Carli Filho está sendo julgado por ter provocado a morte de Gilmar Rafael Yared, de 26 anos, e Carlos Murilo de Almeida, de 20 anos, na noite de 7 de maio de 2009, em um acidente de trânsito no bairro Mossunguê, em Curitiba. O ex-deputado estava dirigindo embriagado e a 173 km/hm, de acordo com a acusação.
O julgamento recomeçou na manhã desta quarta-feira, 28, com a exposição do promotor Marcelo Balzer, que levantou a questão da ausência da imagens dos radares por onde passou o carro de Carli Filho, na noite do acidente. Balzer lembrou que Carli não poderia estar dirigindo, uma vez que estava com a carteira cassada. Mas, segundo o promotor, ele o fez com a certeza da impunidade, uma vez que mesmo alertado pelo amigo e pelo garçom, insistiu em dirigir.
Um dos pontos ressaltados pelo promotor foi a tentativa da defesa de tentar inverter a culpabilidade pelo acidente, de que os jovens teriam cruzado a preferencial. “Se não bastasse a dor do luto, a família precisa conviver com a revolta”, disse Balzer.
‘Eu sou culpado’
O próprio Carli Filho desconstruiu a tese da sua defesa ao declarar em seu depoimento, no primeiro dia: “Eu quero dizer aqui para quem vai me julgar, para quem está me ouvindo, que eu sou culpado. Eu assumo minha parcela de culpa em tudo o que aconteceu. Mas eu jamais tive a intenção de matar alguém naquela noite”, afirmou no plenário do tribunal.
O júri é formado por cinco mulheres e dois homens. A expectativa é de que a decisão seja anunciada ainda nesta quarta-feira. A pena de Carli pode ser até de 20 anos de prisão, no entanto, mesmo que seja condenado, ele não deverá ir imediatamente para a cadeia, porque poderá recorrer à segunda instância em liberdade.
Estadão Conteúdo
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Cidades violentas
Ruy Castro – Folha de São Paulo
O Rio diariamente sob os holofotes
Aconteceu neste e nos últimos Carnavais. No Rio, sobre as imagens de tiroteios que se alternam com as da alegria dos blocos nas ruas, a apresentadora do jornal da televisão, grave e severa, noticia os episódios de violência que estão acontecendo na cidade. O cenho franzido sublinha sua locução como um silencioso tsk, tsk. Faz uma pausa e, em tom de meditativa comiseração, encerra com algo como “A situação do Rio…” —e deixa o resto para o telespectador.
De repente, seu rosto se ilumina e ela chama um repórter em Salvador, o qual, em meio a uma multidão em êxtase, tenta se fazer ouvir contra o som avassalador do trio elétrico. No palco, um cantor famoso. A euforia é geral: dos foliões, do cantor, do repórter, da apresentadora. Parecem duas festas diferentes.
Para a televisão, são mesmo. Uma das cidades recebe cobertura integral, da festa e de seu entorno. Na outra, com menos recursos de cobertura, só importa a festa. Além disso, há outras dez capitais igualmente eufóricas a cobrir no tríduo. E com isso, mais uma vez, o Rio apresenta uma visão amplificada do seu conturbado dia a dia.
Ótima reportagem na Folha deste domingo, 25 (“Rio tem violência espalhada e mais ‘visível’”, “Cotidiano”), de Luiza Franco, no Rio, e João Pedro Pitombo, em Salvador, mostra como a mídia reflete a violência nas duas cidades. Em mortes por 100 mil habitantes, com dados de 2016, Salvador é a oitava capital em taxa de crimes violentos. O Rio é a 21ª. E, se o Rio, em termos absolutos, apresenta a maior taxa, Salvador, com menos da metade da população, vem em segundo lugar —com São Paulo em terceiro. Mas só o Rio está diariamente sob os holofotes.
Tanto falaram na violência do Rio que, na hora de decretar uma intervenção federal, outras cidades brasileiras, talvez mais necessitadas, ficaram de fora.
Publicado em Ruy Castro - Folha de São Paulo
Com a tag Ruy Castro- Folha de São Paulo
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Carli Filho
1994
Desenho de Orlando Pedroso, Ilustrada, Folha de São Paulo.
Ruim com ele, melhor sem
Rogério Distéfano – O Insulto Diário
OS DELEGADOS FEDERAIS queixam-se da ‘instabilidade’ na PF depois da demissão do diretor-geral, Fernando Segóvia. Gente mais reclamona. Queriam a estabilidade com Segóvia?
Publicado em Rogério Distéfano - O Insulto Diário
Com a tag Rogério Distéfano - O Insulto Diário
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