Elas

Mônica Rischbieter. © Myskiciewicz

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A quem Segóvia presta serviço

Sem essa de que foi uma trapalhada

O governo apressou-se em batizar de “trapalhada” o que disse Fernando Segóvia, diretor-geral da Polícia Federal, em defesa do presidente Michel Temer, investigado por ordem do Supremo Tribunal Federal. Trapalhada não foi. Foi apenas uma prova a mais de que Segóvia está no comando da Polícia Federal para servir aos políticos enrolados com a Lava Jato – entre eles, o próprio Temer.

Poupe o cavalinho da chuva quem pensa que Segóvia poderá ser afastado do cargo. Embora desgastado, ele continua firme. Virou um subordinado de Temer, sem precisar prestar contas ao Ministro da Justiça.

Ricardo Noblat|Veja.com

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Deus salve Lula

© João Bittar

Todos amamos o Lula, como os ingleses amam a sua rainha. “God save the Queen”. Tem tudo o que nós gostamos: sinceridade, simplicidade, imensa experiência de vida, honradez pessoal, disposição para a luta, boas, boníssimas intenções. Poderia ir até o fim desta crônica citando suas qualidades e certamente ficariam faltando algumas.

Mas vamos e venhamos: até agora não demonstrou qualquer aptidão para exercer um cargo executivo, já não se fala da Presidência da República, que constitui a ponta da pirâmide, mas nem mesmo de cargos secundários que requisitem, além de todas as excelentes qualidades que possui, uma tarimba especial para não só navegar entre os abrolhos da política, mas para exercer de fato um conhecimento da máquina administrativa de um país com as complexidades do Brasil.

Até agora, é bom acentuar, ele não abandonou o palanque que o consagrou como o mais sincero e honesto opositor de tudo o que há de errado no governo e na sociedade. Evidente que não se cobrará dele uma sabedoria profunda de economia, relações internacionais, saúde, transportes, educação etc.

Tive um amigo, empresário com mais de 5 mil funcionários, que sempre perguntava quando um candidato presidencial lhe pedia auxílio para a campanha eleitoral: “Quantas chaminés o senhor já teve?”.

É uma fórmula simplista de questionar a vivência de alguém que vai manipular orçamentos gigantescos, lidar com milhões de funcionários, moderar conflitos de produção e relacionamento entre tantas classes divergentes que compõem uma Nação.

Neste particular, Lula tem dado provas negativas de sua capacidade administrativa. Cobra dos outros a garra e a boa vontade que ele tem de sobra. Quando diz, por exemplo, que tudo está errado, que consertará tudo em quatro anos, dá prova de um messianismo que nem mesmo a Rainha da Inglaterra nunca se atribuiu.

Carlos Heitor Cony – Jornal do Commercio (Rio de Janeiro – RJ), 1/07/2003

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Tchans!

© Sára Saudková

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Sponholz

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À espera de Lula

IstoÉ esteve no Complexo Médico Penal de Pinhais, que se apronta para receber o ex-presidente Lula, tão logo sua prisão seja decretada. Já foram definidos o local em que o petista irá dormir – uma cela de 12 m2, com capacidade para três presos –, o esquema de segurança para o dia da prisão e até sua rotina na penitenciária.

Quando o sol se descortina no horizonte, o ar cortante e álgido da manhã dá lugar a uma atmosfera densa de expectativa. É inegável para quem por lá atravessa: o Complexo Médico Penal de Pinhais, a 40 minutos do centro de Curitiba, já respira diferente. O presídio, com 8,406 metros quadrados de área construída e que hoje abriga 697 presos, entre os quais 11 da Operação Lava Jato, será o provável destino do ex-presidente Lula, tão logo os desembargadores do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4) decretem sua prisão. Na última semana, a reportagem de ISTOÉ visitou a penitenciária – em fase final de preparação para receber o petista. Já foram definidos os esquemas de segurança, o local em que o líder do PT irá ficar e até sua rotina no cárcere – incluindo o que ele poderá ou não fazer no futuro lar.

Por decisão do Departamento Penitenciário do Paraná (Depen), foi reservada a Lula uma das dez celas da galeria 6 do Complexo, situada no segundo piso. Lá estão acomodados exclusivamente presos da Lava Jato e outros condenados pelo crime de colarinho branco. Os mais ilustres são o ex-governador Sérgio Cabral, o ex-presidente da Câmara, Eduardo Cunha, e o ex-tesoureiro do PT, João Vaccari Neto. Cada cela da galeria 6, como a que já está separada para Lula, tem 12 metros quadrados, e é destinada a 3 presos. A unidade é composta por três camas de solteiro, construídas em alvenaria, com direito a um colchão de densidade 28. Se o petista precisar de colchão especial, um médico deverá atestar que ele sofre da coluna, por exemplo. Nesse caso, caberá à família providenciar outro colchão, nas medidas fornecidas pela direção do presídio. A cela, com uma janela e porta em aço, conta com um vaso sanitário no chão (o chamado boi), com pouca privacidade, e um tanque com torneira. Os agentes penitenciários asseguram que é possível bebê-la sem sobressaltos – a água, fornecida pela Sanepar, esclarecem, é potável. Mas se Lula exagerar no consumo, não tem conversa: a água será cortada. O tanque também servirá para o futuro detento lavar as quatro cuecas e quatro pares de meias, autorizados a carregar para a cela. Toalhas e roupas de cama são fornecidas pela prisão, incluindo um cobertor. Como o inverno de Curitiba é gelado, alcançando até temperaturas negativas, a família poderá mandar cobertores mais quentes. Detalhe: a movimentação de familiares no presídio é restrita. Só podem entrar dois parentes por vez, devidamente cadastrados. E não são permitidas visitas íntimas. Já os advogados podem falar com os presos a qualquer hora e dia, mas através de um parlatório, por meio de interfone, protegido por resistente vidro de policarbonato.

Uniforme obrigatório

Como todos os demais presos, Lula será obrigado a usar uniforme – calça de moletom cinza e camisa branca, com detalhe em azul, as cores da bandeira do Depen –, mas não precisará mexer no bolso para receber o novo figurino. A indumentária será fornecida pelo presídio. Os uniformes são lavados uma vez por semana na lavanderia da cadeia, onde trabalham dois detentos, devidamente remunerados. Se o ex-presidente necessitar de remédios, a penitenciária fornece genéricos de graça. Médicos e enfermeiros também prestam atendimento gratuitamente. São eles que controlam a ingestão de eventuais medicamentos, que não ficam nas celas em hipótese alguma para evitar que algum deles se intoxique. Continue lendo

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Evo Morales e os ‘logros’ do PT

Evo Morales, aquele que rasgou uma consulta popular para se conceder reeleição eterna na Bolívia, tuitou hoje em homenagem aos “companheiros de luta” Lula e Dilma Rousseff. O boliviano chamou o condenado por corrupção e lavagem de dinheiro e o seu poste de “vítimas de perseguição” e parabenizou o PT “por sus logros” –em espanhol, “por seus sucessos”.

Nesse caso, a tradução errada seria a correta. É um especialista em logro –engano– cumprimentando outros. Boi preto conhece boi preto.

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Novas sindicâncias podem trazer obstáculos para dois presidenciáveis

Elio Gaspari – Folha de São Paulo

Uma trata do cartel metroferroviário de SP e envolve Alckmin, a outra, Jaques Wagner

Chegaram ao STJ e estão nas mãos do ministro Benedito Gonçalves duas novas sindicâncias envolvendo governadores. Uma trata das traficâncias do cartel metroferroviário de São Paulo, envolve o governador Geraldo Alckmin e pode vir a ser um cisco no olho de sua candidatura.

A outra envolve o governador da Bahia, Rui Costa, e seu antecessor, Jaques Wagner. Quando Wagner afastou-se da possibilidade de vir a ser o poste de Lula, sabia que algo viria por aí.

 MÉRITO DE CABRAL

Sérgio Cabral está na carceragem de Curitiba pagando seus penares enquanto milhões de brasileiros estão nas ruas com seus blocos carnavalescos.

Os deuses da alegria pedem que se reconheça: ele foi um dos principais entusiastas do renascimento do Carnaval de rua. Herdou essa paixão do pai.

BOA NOTÍCIA

Os historiadores Herbert  Klein e Francisco Vidal Luna entregam no próximos meses à editora da universidade de Cambridge os originais de seu livro “Feeding  the  World” (Alimentando o Mundo). Se tudo der certo, o volume sai no ano que vem.

É um retrato do progresso da agricultura brasileira.

Até agora, o agronegócio sofre o peso do oportunismo e da insensibilidade de alguns empresários, amarrados a práticas retrógradas. Seus avanços e o progresso ficam num estado de semiclandestinidade.

Existe um livro magnífico, porém pouco conhecido fora de uma parte do mundo acadêmico. É “Economia e Organização da Agricultura Brasileira”, do professor Fábio Chaddad. Mostra um setor vitorioso, com retratos de vencedores.

VÍDEOS SUPREMOS

Há ministros do Supremo Tribunal que se fazem acompanhar por corpulentos guarda-costas. Diante dos esculachos sofridos pelo doutor Gilmar Mendes (um em Portugal e outro num avião), seria útil equipar as escoltas com câmeras. Esculachou, é filmado. Simples assim.

MARAMBAIA HOJE

Michel Temer está pegando um solzinho na base naval da restinga da Marambaia. Viajou acompanhado pelo mínimo indispensável de pessoas para servi-lo e protegê-lo. São 38, inclusive cozinheiro e arrumadeira.

A Marinha tem um eficiente serviço de taifa e em seus quartéis a comida é boa. Não há taifeiro incapaz de arrumar um quarto. Durante seu repouso o doutor poderia refletir sobre a história da Marambaia e o país que governa.

No século 19 aquela fazenda foi um viveiro de escravos contrabandeados pelo comendador José Joaquim Breves, um dos homens mais ricos do Brasil. Ele e irmão tiveram cerca de seis mil escravos e em suas terras o governo não mandava. Em 1851 foram capturados por lá 199 negros contrabandeados e seu advogado (Teixeira de Freitas) protestou: “Se isto continua, não vacila o reclamante em declarar que a vida e fortuna de numerosos cidadãos, assim como a paz e a tranquilidade do Império, correm iminente perigo.”

A abolição só veio em 1888 e, aos poucos, a fortuna dos Breves definhou. Seus bisnetos trabalhavam para viver. Como dizem os juristas e os gatos gordos apanhados pela Lava Jato: “Se isto continua…”

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Fino traço…

© Ronald Searle

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Políticos…

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Segovia: “eu não disse que o inquérito será arquivado”

Fernando Segovia entrou em contato com O Antagonista para dizer que suas declarações foram distorcidas pela Reuters. “É um absurdo essa distorção. Eu não disse que o inquérito será arquivado. O delegado Cleyber Lopes tem total independência na investigação e está fazendo as diligências necessárias para total elucidação dos fatos.”

O diretor-geral da PF prepara uma nota à imprensa (sempre culpada, claro…) com a sua versão dos fatos.

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Ela…

Fernandes

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Mural da História

28 de janeiro, 2010

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Tempo

 Ziraldo, O Pif Paf nº 5

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Licença poética

Rogério Distéfano – O Insulto Diário

SEMPRE INOVADOR, o Brasil pode ter o primeiro presidente com a primeira filha de braços amputados. Melhor – ou pior: por ela mesma, sem ao menos deixar um deles para escrever a história. O primeiro presidente é Michel Temer. A primeira filha é a primeira filha dele, Luciana, doutora e professora de Direito na mesma matéria na mesma universidade onde o pai fez carreira.

Luciana declara que ficará braceta (o maneta mais acima) se ficar provado que o pai falou “tem que continuar isso aí, viu?” na conversa com Joesley Batista. Lembram? Aquele grampo do encontro noturno no Palácio do Jaburu onde se teria discutido propina da Friboi ao deputado Eduardo Cunha. A quase futura biamputada defende o pai, como fazem os filhos em geral, até o nosso conhecido João Sem Braço.

Perdão, o João em questão é o ex-deputado Rodrigo Rocha Loures, na época assessor de Michel Temer. Fiquem tranquilos, Luciana nunca podará os braços. Trata-se de licença poética da filha que se orgulha do pai que em viagens para o sítio declamava inteiro o ‘Navio Negreiro’, de Castro Alves. Rodrigo, de seu lado, apenas imitou o João da lenda urbana: entregou os anéis, o conseguinte do “isso aí”, e conservou os dedos. E os braços.

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