Tempo

Carmem, Jayne e Cerise Sunye, no Original Beto Batata, em algum lugar do passado. © Vera Solda

Publicado em Tempo... | Com a tag , , | Deixar um comentário
Compartilhe Facebook Twitter

Tempo

Publicado em tempo | Com a tag , | Deixar um comentário
Compartilhe Facebook Twitter

Requião narciso? Que maldade!

Roberto José da Silva – Zé Beto

No julgamento do recurso em que acatou recurso do senador Roberto Requião, que havia sido condenado a ressarcir à RTVE dos valores gastos com a famosa “Escolinha”, no tempo em que governou o Paraná, o desembargador federal Luiz Alberto d’Azevedo Aurvalle, da TRF4 escreveu: “Certo, pela frequência de tais emissões televisivas, é possível vislumbrar um padrão talvez narcisístico de governar. Entretanto, ainda que moralmente reprovável para alguns, com a vênia da ilustre julgadora de primeiro grau, não há como detectar a finalidade exclusiva de promoção pessoal, o que caracterizaria o ilícito administrativo de desvio de finalidade, desvio de poder ou a prática de ato de improbidade”. Data vênia, o magistrado errou. Requião nunca foi narcisista, porque não precisa disso, afinal, acha que é deus.

Publicado em Roberto José da Silva - Zé Beto | Com a tag , | Deixar um comentário
Compartilhe Facebook Twitter

As ditaduras e o fascínio pelo mar

Ruth Bolognese – Contraponto

Um velho marinheiro de boa memória lembra um fato histórico interessante e auto-explicativo: uma das formas de assassinar e desaparecer com opositores ao regime no Chile de Pinochet e na Argentina da ditadura militar era jogá-los no mar.

A conversa de áudio gravada por pilotos de avião que usavam a frequência do voo da caravana aérea que trazia o ex-presidente Lula para Curitiba, com a frase “joga esse lixo pela janela”, relembra esses tempos de absoluta repressão e crimes contra a opção política à esquerda em vários países da América Latina.

Existem rumores, nunca comprovados, por exemplo, que pelo menos um dos desaparecidos mais conhecidos na ditadura, o deputado Marcelo Rubens Paiva, morreu e desapareceu dessa forma.

No Chile, uma conversa entre o general Pinochet e o general Leigh, da Força Aérea, teve a seguinte recomendação: oferece a ele saída de avião para o exterior e joga o cara no mar”.

Na ditadura argentina, sob o comando do general Videla, tornou-se regra levar de avião e lançar ao mar os opositores do regime.

Publicado em Ruth Bolognese - Contraponto | Com a tag , | Deixar um comentário
Compartilhe Facebook Twitter

Devolvam nosso karma

Rogério Distéfano – O Insulto Diário

Lula continua preso, o Movimento dos Sem Presidente continua acampado nas redondezas da Polícia Federal. Ontem à tarde João Pedro Stédile, o comandante do exército de Lula, corria apressado para tomar o avião no Afonso Pena, onde momentos antes embarcaram para Brasília os deputados Rúbens Bueno e Luiz Carlos Hauly.

A normalidade dentro de nossa anormalidade. Hoje ainda não pipocaram sandices gleisianas nem rompantes dos supremos bolorentos. Lula pode ir para quartel, foi comandante-chefe das Forças Armadas, sonho e delírio petista de mais uma noite de outono ao relento de Santa Cândida, os líderes confortáveis nos hotéis pagos pelo Estado.

Porque Lula não seguirá preso, pois nunca antes na história desse país um presidente mofou na cadeia. Nem Lula, que será sempre o melhor presidente, irá inaugurar o ciclo histórico. Porque prender Lula implica não só sacrilégio como perigoso precedente: não terão sossego os saqueadores do Brasil, quietos e confortáveis em mandatos e prebendas.

Curitiba amanheceu calma, excetuados os assaltos, pois a Polícia Militar se ocupa de lulistas e ignora os punguistas – em expressivos casos a mesma coisa. Curitiba quer de volta sua placidez kármica. O destino acidental de sediar a República da Lava Jato trouxe o de sediar a República Popular do PT, Gleisi Hoffmann no destino acidental de presidenta.

Publicado em Rogério Distéfano - O Insulto Diário | Com a tag | Deixar um comentário
Compartilhe Facebook Twitter

Publicado em Faça propaganda e não reclame! | Com a tag | Deixar um comentário
Compartilhe Facebook Twitter

Todo dia é dia

© Reuters
Publicado em Todo dia é dia | Com a tag , , | Deixar um comentário
Compartilhe Facebook Twitter

Como começou a operação “Abafa Lava Jato”

Ricardo Noblat | VEJA.com

“A nossa pátria mãe tão distraída, sem perceber que era subtraída em tenebrosas transações” (Chico Buarque)

A operação para “estancar a sangria” provocada pela Lava Jato teve início de fato uma semana depois de Michel Temer ter assumido provisoriamente a presidência da República no lugar de Dilma Rousseff, afastada do cargo por decisão da Câmara dos Deputados, mas ainda a três meses de ser deposta pelo Senado.

É o que conta, hoje, em sua coluna semanal no jornal O Globo, o jornalista José Casado. Foi nos dias 18 e 19 de maio de 2016 que deram entrada no Supremo Tribunal Federal duas ações diretas de inconstitucionalidade, uma do Partido Ecológico (atual Patriota) e a outra do Conselho Federal da OAB, que pedem o fim da prisão em 2ª instância da Justiça.

A atenção do país estava voltada exclusivamente para os palácios do Planalto, onde havia um novo governo, e da Alvorada, onde se recolhera Dilma ainda com a esperança de reassumir o cargo. Ninguém deu bola para as duas ações. Ainda eram desconhecidas as gravações feitas pelo empresário Sérgio Machado, ex-caixa informal do PMDB.

No dia 23 de maio, a Folha de S. Paulo publicou o conteúdo da conversa de Machado com o senador Romero Jucá (PMDB-RR), ministro do Planejamento do governo que mal esquentara a cadeira, um dos agentes políticos que mais conspiravam para impedir um eventual retorno de Dilma. Foi nessa conversa que Jucá falou em “estancar a sangria”.

Ante o medo revelado por Machado de que as falcatruas do PMDB acabassem sendo investigadas pelo juiz Sérgio Moro, Jucá comentou que seria necessário dar ao caso uma resposta política. “Se [o caso] é político, como é a política? Tem que resolver essa porra. Tem que mudar o governo para estancar essa sangria”.

Àquela altura, Jucá não sabia que Machado já havia delatado à Procuradoria Geral da República. A delação foi homologada no dia 24 de maio pelo então ministro Teori Zavaski, relator da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF). A partir daí, seriam divulgadas as demais gravações clandestinas feitas por Machado com outros políticos do PMDB.

Casado destaca um trecho da conversa de Machado com Renan Calheiros (PMDB-AL), presidente do Senado. É revelador da operação “Abafa Lava Jato” em curso até hoje.

Machado: — O PSDB, eu tenho a informação, se convenceu de que eles… É o próximo da vez.

Renan: — O Aécio [Neves] disse isso lá… E que eu sou a esperança única que eles têm de alguém para fazer o…

Machado interrompeu: — Colocando o Supremo… Fazer um pacto de Caxias. Vamos passar uma borracha no Brasil daqui para a frente.

Renan citou sugestões recebidas: — Antes de passar a borracha, precisa fazer três coisas, que alguns do Supremo [inaudível] fazer. Primeiro, não pode fazer delação premiada preso, porque aí você regulamenta a delação…

Machado: — Acabar com esse negócio da segunda instância, que está apavorando todo mundo.

Renan: — A lei diz que não pode prender depois da segunda instância. E ele aí dá uma decisão, interpreta isso e acaba isso.

— Acaba isso — concorda Machado.

Renan completa:— E, em segundo lugar, negocia a transição com eles [STF].

Machado — Com eles… Eles têm que estar juntos….

De volta às duas ações protocoladas no STF na última quinzena de maio de 2016: são elas que o ministro Marco Aurélio Mello, na condição de seu relator, se dispõe a levar amanhã para serem votadas pelo plenário do STF. Será a quarta tentativa nos últimos 25 meses de se acabar com a prisão em 2ª instância, observa Casado. E a segunda deste mês.

Publicado em Sem categoria | Com a tag | Deixar um comentário
Compartilhe Facebook Twitter

César Marchesini

Publicado em Sem categoria | Com a tag , | Deixar um comentário
Compartilhe Facebook Twitter

Linguagem telegráfica (ou “PT saudações”)

Dizem que um dos indicadores da chegada da velhice é a morte dos ídolos, das pessoas que marcaram fortemente a nossa infância ou a formação do nosso caráter.Não foi um desses fatos, no entanto, o que nesta semana me fez sentir de perto a inexorável chegada da vetustez. O “toque” me foi dado pela mensagem do leitor Graziano L. de Melo, que quer saber se a expressão “PT saudações” (que alguns grafam “PT, saudações”,  diz ele) tem alguma relação com a chegada do Partido dos Trabalhadores ao poder. “É meio intuitivo o significado, mas donde surgiu isso?”, pergunta o leitor.

Caro Graziano, o PT já foi culpado de tudo neste país, mas o partido de Lula nada tem que ver com “PT saudações”. É claro que muitas vezes essa expressão é usada no jornalismo político com dupla intenção, mas a origem da frase passa longe do ABC paulista, berço do partido. Seu uso remonta ao tempo do telegrama, meio de comunicação em franco desuso hoje em dia. Foi justamente isso o que me fez sentir a “velhice”. Em tempos de satélite, celular e correio eletrônico, o telegrama é um brontossauro. Seu uso tem se limitado a mensagens solenes, quase sempre fúnebres.

O telegrama (palavra formada pelos elementos gregos “tele-“, que significa “ao longe”, e “-grama”, que significa “letra”, “texto escrito”) não comporta ponto final, vírgula, ponto-e-vírgula, acento, til etc. No lugar do acento agudo, coloca-se um “h” (para que não se confunda “e” com “é”, por exemplo, “é” vira “eh”). No lugar de uma vírgula, coloca-se “vg”; no lugar de um ponto, “pt”. E paga-se por isso, porque o telegrama é cobrado pelo número de palavras que constituem a mensagem, a começar pelo nome e endereço do destinatário.
Quem precisa ser claro num telegrama emprega “vg”, “pt” etc. (e gasta mais, já que por “vg” se paga uma palavra, por “pt”, mais uma e assim por diante).

É famosa a história de um soldado que recebeu um telegrama logo depois de ter sido convocado para a guerra. Era este o texto: IRAS VOLTARAS NAO MORRERAS”. Percebe-se que quem o enviou preferiu economizar a ser claro. O soldado fez a leitura que lhe convinha: “Irás. Voltarás. Não morrerás!” (ou “Irás, voltarás, não morrerás”). Mal sabia ele que a mensagem original era esta: “Irás. Voltarás? Não! Morrerás!”. Descobriu de onde vem a expressão “PT saudações”, caro Graziano? Vem de onde vem a expressão “linguagem telegráfica”, usada para caracterizar textos escritos com frases curtas, muitas vezes mal articuladas. Nos telegramas, a economia impunha a pura e simples exclusão de preposições e conjunções (“Saio Itália domingo passo Portugal chego Brasil sexta pt saudações.)

O telegrama talvez tenha morrido, mas a linguagem telegráfica… Nos jornais, por exemplo, não faltam exemplos de seu emprego. A ânsia pela frase curta é tanta que gera uma construção como esta, lida num telejornal: “Disputado no Ibirapuera, Guga enfrentou o argentino X pelo Torneio Y…”. Não, caro leitor. Guga não foi disputado por ninguém. Nem preciso explicar. Você certamente já entendeu. É isso.

Pasquale Cipro Neto (Folha de São Paulo, dezembro, 2002)

Publicado em Sem categoria | Com a tag | Deixar um comentário
Compartilhe Facebook Twitter

Todo cuidado é porco

Rogério Distéfano – O Insulto Diário

Por trás da sarça ardente a voz ditou as tábuas da lei para Gleisi Hoffmann e a ungiu porta voz do altíssimo. As tábuas têm com dois mandamentos: o primeiro, “não sou humano, sou uma ideia, e as ideias não morrem”; o segundo, “não aceitem falsos ídolos em minha casa”.

A porta voz, evangelizadora como São Paulo, não recebeu instruções para fugir de comparações com outro porta voz, Cláudio Humberto, do presidente Fernando Collor. Tão desbocado, tão agressivo, esse porta voz passou a ser chamado de porca voz.

Se a porta voz do altíssimo não adotar a serenidade exigida pela função, ninguém garante que não perca o ‘t’ pelo ‘c’. Conselho de graça, que todo cuidado é porco, perdão, pouco, para quem, como ela, insiste em cavalgar sem freio e sem as estribeiras.

Publicado em Rogério Distéfano - O Insulto Diário | Com a tag , | Deixar um comentário
Compartilhe Facebook Twitter

Tchans!

Heather Mills McCartney. © TaxiDriver

Publicado em tchans! | Com a tag , | Deixar um comentário
Compartilhe Facebook Twitter

Mural da História

Publicado em Charge Solda Mural | Com a tag , | Deixar um comentário
Compartilhe Facebook Twitter

Guerra dos canudos

Ruy Castro – Folha de São Paulo

Para a natureza, eles não são descartáveis

No começo do ano, ao dar meu expediente matinal em certo quiosque de Ipanema, calculei que, a uma média de 300 cocos servidos diariamente em cada um dos 300 quiosques da orla atlântica do Rio, estávamos contribuindo com 90.000 cocos por dia para o prazer da humanidade. Supondo que tal média se mantivesse pelo resto do ano —e este verão, pelo visto, tende a se eternizar—, seriam 32.850.000 cocos por ano. Tudo bem. Mas seriam também 32.850.000 inúteis, degradantes e assassinos canudos de plástico. Tudo mal.

Chamar os canudos de “descartáveis” é uma ironia contra nós mesmos. Nós os descartamos —ao acabar de usá-los, costumamos deixá-los no próprio coco ou os largamos com displicência sobre a mesa ou no chão. Mas a natureza levará séculos para se livrar deles, no que terão tempo de sobra para contaminar rios e mares e ameaçar espécies marinhas ou fluviais. Para a natureza, eles não são “descartáveis”.

Os americanos, que despejam 500 milhões de canudos por dia no ambiente, começam a se perguntar quem lucra com isso, exceto seus fabricantes. Os quais impuseram aos garçons e empregados de bares e lanchonetes a cultura de enfiar —sem perguntar— um canudo em qualquer milk-shake ou lata de refrigerante servido em suas mesas. Curiosamente, em suas próprias casas, as pessoas usam copos —por sinal, de vidro—, e não canudos, para consumir suas beberagens.

Em alguns países, já há campanhas em andamento para abolir o canudo. Basta, na verdade, conscientizar os usuários a recusá-los para levar os proprietários de bares e garçons a deixar de oferecê-los.

E, claro, sempre poderemos sair com nossos próprios canudos não descartáveis, feitos de algum material resistente, aptos a ser lavados e reusados. A natureza agradecerá.

Publicado em Ruy Castro - Folha de S.Paulo | Com a tag | Deixar um comentário
Compartilhe Facebook Twitter

Nós de pinho

Publicado em música | Com a tag , , | Deixar um comentário
Compartilhe Facebook Twitter