Nunca antes na história desse país

Antonio Prata- Folha de São Paulo

Tom Jobim disse que o Brasil não era para principiantes. A realidade, de 2013 para cá, prova que o Brasil não é nem sequer para iniciados. Vamos levar alguns anos, talvez muitos, para entender o sentido do que está se passando.Os acontecimentos são ambivalentes, polivalentes, contraditórios. Lula foi de longe o melhor presidente que este país já teve e foi condenado porque de fato recebeu de presente um apartamento de uma empreiteira que desviou rios de dinheiro público e despejou parte desta fortuna nos cofres do PT.

A Lava Jato é um avanço indiscutível num país em que a impunidade é a regra e a Lava Jato é parcial e atropela direitos. É preciso ser um avestruz e enfiar a cabeça na própria bolha do Facebook para não aceitar todas essas afirmações como verdadeiras.

A eleição do Lula foi um sopro de esperança num país que, desde sempre, foi governado pela mesma meia dúzia, para a mesma meia dúzia. Houve um momento na década passada em que todos, mesmo aquela meia dúzia (que, aliás, continuou governando ao lado do Lula), acreditamos que o Brasil ia dar certo. Que éramos como Mané Garrincha, apesar das nossas pernas tortas, por causa de nossas pernas tortas, sairíamos driblando como ninguém. Lula era o protótipo do sonho brasileiro, o self-made-man tupiniquim vindo da miséria em Garanhuns e eleito presidente, o personagem mais brasileirissimamente hollywoodiano que este país já produziu. E milhões saíram da miséria. E milhares conseguiram bolsas em faculdades. E a economia cresceu. E roubou-se a torto e a direito.

Roubou-se como “nunca antes na história deste país”? Impossível saber, porque antes não se investigava. Veja como é contraditório: Lula só foi preso porque deixou que o Ministério Público e a Polícia Federal agissem sem amarras, como “nunca antes na história deste país”. Mas o fato de que sempre se roubou não legitima a roubalheira do PT. E haver roubalheira no PT não deslegitima tudo de bom que o PT fez. Não foi pouco —nem o que fez de bom, nem a roubalheira. O Brasil não é para principiantes. Nem para iniciados.

Logo após vencer as eleições de 2002, Lula disse que “A esperança venceu o medo”. Com toda a corrupção revelada pela Lava Jato, com o desastre econômico do governo Dilma e a hábil orquestração dos abutres que agora estão no poder, lavando todos os seus pecados nas águas do antipetismo, o medo está de volta. A prisão do Lula é a prova definitiva de que aquela esperança morreu. Viva a esperança!

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Mural da História

5 de julho, 2016 – República dos Bananas

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Mural da História

24 de dezembro, 2010 – O Ex-tado do Paraná

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Mural da História

30 de julho, 2016 – República dos Bananas

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Mural da História

10 de novembro, 2010 – O Ex-tado do Paraná

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Mural da História

1º de janeiro, 2011 – O Ex-tado do Paraná

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Mural da História

2 de novembro, 2010 – O Ex-tado do Paraná

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Joelmir Beting (1936|2012)

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Mural da História

13 de setembro, 2017 – República dos Bananas

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PT, saudações…

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Um mártir para a pátria

Rogério Distéfano – O Insulto Diário

Em nota o PT classifica a condenação de Lula como “um dia trágico para a democracia no Brasil”.  De acordo; em gênero, número e propina. Mas uma tragédia não é algo que cai do céu, que vem do nada. Ela germina e um dia eclode. A condenação de Lula foi uma tragédia, para ele, sem dúvida, para o PT, igualmente. Porém uma tragédia maior para o Brasil: não pela condenação de um ex-presidente, ou pela anterior destituição da presidente – e até pela eventual reeleição do atual presidente, a morte anunciada para futuro próximo.

Tragédia para o Brasil porque a cada quatro anos se repete como praga do Egito, sempre resultado da insistência congênita das elites em manter o país a serviço de sua cupidez e de sua falta de patriotismo. A condenação de Lula não surgiu do nada, é efeito cumulativo de malfeitos, dele, dos que o antecederam e daqueles com quem ele se aliou. Lula jogou, como é o espelho de sua vida, apostando na imunidade, que não tinha, no seu halo de santidade, que é falso. Calhou de Lula ser colhido como exemplo.

O habeas corpus negado a Lula deveria ser negado a tantos aliados seus, hoje convenientemente refugiados no foro privilegiados e nas alianças de compadrio e autoproteção próprias de Brasília e elites adjacentes. Não foi uma tragédia; a condenação de Lula foi a exaltação da democracia no Brasil, uma epifania. Malgrado o dissabor que causa aos cegos, fanáticos ou utilitários, que dizem acreditar na santidade – e no calvário – de Lula. Se Lula foi sacrificado, não foi pelo Brasil, que cabem muitos outros em sua cela.

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Ugh!

Desenho de Oswaldo Miran, El Maestro

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Gleisi Hoffmann

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Biografia da atriz Odelair Rodrigues será lançada hoje na Arte & Letra

Odelair Rodrigues, estrela do teatro paranaense, que ao lado de Ary Fontoura brilhou nos palcos e nas telas da TV em papéis cômicos, e marcou a imagem de uma comovente Mamãe Dolores na novela “Direito de Nascer”, produzida pela TV Paraná – Canal 6 nos anos 1960, ganhou uma biografia cujo lançamento acontecerá hoje, a partir das 18h30, na Arte & Letra Editora. O texto é assinado pelos jornalistas Zeca Corrêa Leite e Rosirene Gemael.

O livro de 144 páginas conta a história da atriz Odelair Rodrigues desde seu nascimento numa noite chuvosa de 1935, até o falecimento em 2003. Entre essas datas estendeu-se a existência da menina pobre, negra, que aos sete anos de idade apresentou-se pela primeira vez em público numa festa escolar cantando um sucesso de Dorival Caymmi. Fotos da artista, de cenas dos espetáculos, cartazes, recortes de jornais e revistas ilustram a narrativa.

“Odelair Rodrigues” chega ao público com alguns anos de atraso. Selecionado pela Lei de Incentivo à Cultura, da Fundação Cultural de Curitiba e Prefeitura Municipal de Curitiba, em 2007 – e incentivado pela Caixa Econômica Federal –, tinha como autora a jornalista Rosirene Gemael. Porém, acometida por problemas de saúde, acabou falecendo.

A produtora cultural Monica Drummond tornou-se Substituta Legal do projeto e, apesar das tentativas em localizar os originais da biografia no computador da jornalista, foram encontrados apenas apontamentos, entrevistas, dados compilados da pesquisa.

O trabalho foi retomado alguns anos depois, como explica Monica, com o apoio da pesquisadora Selma Teixeira, cuja parceria “permitiu a produção e publicação da obra”. Foi definida uma nova equipe de profissionais, enquanto ao mesmo tempo buscava-se resolver um problema jurídico para a liberação da conta corrente do projeto, que permanecia em nome de Rosirene.

Odelair e Ary Fontoura

O sonho da jovem Odelair em fazer teatro exigiu paciência e persistência. Participou de montagens estudantis colaborando nos bastidores ou fazendo ponta, até receber um convite de Ary Fontoura, então com 19 anos e muita disposição para realizar o que chamava de “teatro de verdade”.

Ele faria a direção e atuaria na peça “Sinhá moça chorou”, de Ernâni Fornari. Em 22 de outubro de 1952, no Teatro do Colégio Estadual do Paraná, deu-se a estreia artística de Odelair Rodrigues, e com ela surgiram os primeiros elogios da crítica. Também tinha início uma amizade que iria unir os dois artistas pela vida toda.

Anos depois experimentariam o gosto do sucesso nas peles do Dr. Pomposo (Ary Fontoura) e delegado Alcebíades, o Bide (Odelair Rodrigues), na TV Paraná – Canal 6, coligada às Emissoras Associadas. Porém, a dupla era sucesso também nos palcos pela extraordinária comicidade. Então, quando em 1966 foi ao ar a novela “O direito de nascer”, a atriz sentiu-se insegura para viver Mamãe Dolores, a sofredora escrava que foge com um bebê recém-nascido para livrá-lo da morte. A radical passagem do riso para o drama abalou Odelair. “Eu própria, de início, senti-me incapaz de tal mudança”, revelou. Foi um êxito histórico.

A atriz em seus últimos tempos de vida, mesmo enfrentando graves problemas respiratórios, não se afastava dos palcos. Entre uma cena e outra amenizava a falta de ar com uma bomba. Sofreu parada cardiorrespiratória em 1º de julho de 2003. Foram cinco décadas dedicadas ao teatro.

“Odelair Rodrigues”, livro de Rosirene Gemael e Zeca Corrêa Leite. Lançamento hoje, das 18h30 às 20 horas. Arte & Letra Editora Alameda D. Pedro II, 44, Batel. Valor: R$ 50,00

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Os generais e os atuais idos de abril

Tem gente chamando este 4 de abril de “Dia D”. Apesar da alusão a uma data grandiosa demais para a condição de baixeza moral que envolve este julgamento do habeas corpus do ex-presidente Lula, vá lá, aceitemos a definição. Mas só no sentido da decisão quanto ao destino imediato deste político salafrário que é o chefão do PT. O maioria dos brasileiros torce para que o bom senso se sobreponha aos inconfessáveis interesses de boa parte dos ministros. Que Lula possa, enfim, ser levado para o xilindró. No entanto, ainda que isso ocorra, mesmo assim este STF não estará à altura da sua responsabilidade neste momento atual do Brasil.

De todo jeito, Lula não tem escapatória. Mesmo se for salvo agora com este habeas corpus, ele terá que prestar contas por seus crimes, primeiro desses 12 anos e um mês que tem para cumprir de cadeia, que pode ser resolvido pelo STJ mais adiante se o STF se render ao acordo fechado entre corruptos graúdos. Depois, nos outros processos, alguns mais graves que este do triplex.

Apenas pelo habeas corpus de Lula, hoje até pode ser o “Dia D”, mas as manifestações públicas de generais da ativa, tendo à frente o comandante do Exército Brasileiro, general Eduardo Villas Boas, lembra mais uma expressão que tem a ver com a história recente do Brasil, os “Idos de Março”, muito citada em razão do golpe militar de 1964, que se deu no final de março. A expressão permite ponderar sobre a prudência e a fatalidade. Tem origem na antiga Roma, nos momentos anteriores ao assassinato de Júlio César, que poderia talvez ter escapado dos punhais de seus matadores se ouvisse um alerta. O adivinho havia dito: cuidado com os idos de março! Como se sabe, Cesar ignorou o aviso e foi para o Senado, confiante na sua força.

O golpe militar trouxe a expressão para a história brasileira. Falou-se muito disso, sobre o 31 de março, na conspiração contra o governo de João Goulart. Mas como eu já disse aqui, golpe eficiente é o que não pode ser previsto. Muitos anos depois, uma figura importante nesse episódio, Darcy Ribeiro, disse que as pessoas próximas ao presidente esperavam o golpe para o dia 1º de maio. Veio um mês antes. Por sinal, foi com o nome de “Idos de Março” que logo depois do golpe saiu um livro importante, feito por jornalistas como Alberto Dines, Carlos Heitor Cony e Antonio Callado. É o primeiro livro sobre o movimento militar de 1964.

Com as manifestações públicas agora de importantes generais da ativa, pode-se falar em “Idos de Abril”. Tem faltado prudência a muitos, especialmente à esquerda, que vem cutucando os militares muito antes dessa bagunça política atual. Atiçaram confrontos de forma militante e bravateira, revirando fatos e fazendo exigências que jamais poderiam ser sustentadas politicamente, além de quebrar compromissos formais e tácitos entre os militares e a sociedade civil, em acordos que encerraram sem grandes conflitos o ciclo militar. Mas com as encrencas trazidas pela esquerda, os militares foram voltando gradativamente ao noticiário político. E com a mídia toda  desmantelada, não foi possível conhecer antecipadamente o nível de incômodo que havia na caserna. Agora já se sabe.

As mensagens disparadas por generais pela internet soam como um aviso das contrariedades internas. Seja como for, os militares se lançaram em uma situação que compromete a condução política do país e a condição das Forças Armadas. Caso aconteça a rejeição do habeas corpus de Lula, a decisão terá a marca da interferência militar, agora se impondo ao debate dos problemas nacionais. E caso haja a liberação de Lula pelo STF, poderá parecer um sinal da baixa influência dos militares, especialmente do Exército Brasileiro. E isso evidentemente não é verdade, senão seus comandantes não estariam opinando sobre assuntos que numa democracia não são da alçada militar.

José Pires|Brazil Limpeza

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