4 de novembro, 2010 – O Ex-tado do Paraná

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O golpe é para já

O golpe do semipresidencialismo “conquista adeptos” no Congresso Nacional, diz o Estadão. O que mais anima os defensores da medida são “os estudos jurídicos que mostram que, por se tratar de PEC, a eventual mudança poderia ser adotada de imediato”.

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Juliette Binoche. © Reuters

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Por que queriam proteger Rocha Loures

A tentativa de deixar o processo de Rodrigo Rocha Loures no STF visa a proteger Michel Temer… Com Rocha Loures em Curitiba, é inevitável que os crimes supostamente cometidos por Temer sejam investigados de verdade.

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O Papai Noel do Supremo

Bernardo Mello Franco – Folha de São Paulo

BRASÍLIA – Gilmar Mendes não anda de trenó, mas está distribuindo mais presentes que Papai Noel. Nesta segunda, o supremo ministro soltou Adriana Ancelmo e suspendeu um inquérito contra Beto Richa. Os dois são investigados sob suspeita de corrupção e lavagem de dinheiro.

A mulher de Sérgio Cabral foi a maior felizarda do dia: vai trocar a cadeia de Benfica pelo aconchego do lar no Leblon. Ela já foi condenada a 18 anos de prisão. Enquanto o marido saqueava o Estado, torrou R$ 6,5 milhões em joias, segundo a sentença do juiz Marcelo Bretas.

Ao mandar a senhora para casa, Gilmar evocou a “proteção à maternidade” e a “dignidade da pessoa humana”. Ele acrescentou que “a condição financeira privilegiada da paciente não pode ser usada em seu desfavor”. O país tem 37 mil mulheres presas. A maioria passará o Natal longe dos filhos e sem a opção de encomendar a ceia ao Antiquarius.

O governador do Paraná também não pode se queixar do bom velhinho. Ele foi acusado de receber dinheiro sujo de um esquema de fraudes no fisco estadual. O caso corria no Superior Tribunal de Justiça, mas Gilmar decidiu intervir a seu favor.

Para o supremo ministro, Richa foi alvo de uma “delação pouco confiável” e não havia “justa causa” para investigá-lo. O tucano ainda responde a inquérito na Lava Jato, sob suspeita de receber propinas da Odebrecht. A esta altura, já deve ter pendurado mais um sapatinho na janela.

Outros quatro políticos terão uma noite feliz graças a Gilmar. Nesta segunda, ele deu o voto decisivo para arquivar denúncias contra o senador Benedito de Lira e os deputados Arthur Lira, Dudu da Fonte e José Guimarães. Todos eram acusados de corrupção. Agora vão comer castanhas sem se preocupar com a Justiça.

Faltam seis dias para o Natal. Se os delatados organizarem a fila direitinho, o Papai Noel do Supremo ainda pode descer da chaminé com um saco cheio de habeas corpus. Ho, ho, ho.

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Lady Abuzo

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Hoje!

Feliz aniversário, Ticiana! “Mais uma voltinha em torno do Sol”.

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Os Robertos (Prado e José da Silva)

© Roberto José da Silva

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Divagações sobre fantasia e realidade no poeta que amava transformar carvão em diamante

© Rafael Sica

Desde que escrevi a biografia de Paulo Leminski, há exatos dez anos, recebi várias críticas (especializadas) e opiniões de leitores que são lidas e arquivadas como parte integrante do trabalho. O livro, chamado O bandido que sabia latim, já está esgotando a 3ª. edição e seu gráfico de venda, nunca interrompido, permanece estável, ou seja, com o vetor apontado levemente para cima. É o interesse dos jovens leitores pelo poeta do Pilarzinho que revitaliza a procura por aquilo que já foi definido como “a linha que nunca termina”. A obra de Paulo Leminski, além dos poemas de estalo tão ao gosto das massas leitoras de poesia (o gueto dos guetos), ainda guarda indicações e estudos que não foram inteiramente decodificados.

Talvez tão interessante quanto uma “obra” de Leminski, seja a justificativa que ele dava à criação desta obra. Um exemplo clássico é o seu romance-objeto, que durante algum tempo foi chamado de Descartes com lentes (enquanto ainda era um conto) e, mais tarde, Zagadka, que significa enigma em russo-polonês. O nome definitivo surgiu na temporada carioca, quando os moradores do Solar da Fossa, a legendária pensão da contracultura, o saudavam em voz alta pelos corredores: “Lá vem o Leminski com aquele catatau embaixo do braço”. Ele mudou o nome do livro para Catatau.

Na condição de amigo e biógrafo, sempre lamentei não estar perto do poeta quando ele concebeu e encaminhou o ensaio Metaformose, no final da vida, quase em êxtase, como um monólito misterioso e, paradoxalmente, revelador. (Nesta época, nossos encontros se tornaram raros, eu morando no Rio e ele entre São Paulo e Curitiba.) Para quem tinha começado a vida intelectual ainda menino em escolas religiosas, estudando e se aprofundando em clássicos do pensamento greco-romano, nada mais razoável que conceber como desfecho de vida “uma viagem pelo imaginário grego”, como ele mesmo definiu seu interesse por Ovídio e a mitologia. Claro, sempre subvertendo e avançando na estética de uma narrativa poética ao nível da erudição, pois não devemos confundir o seu trabalho com o Metamorfose, o clássico. Leminski tinha como meta a forma.

Certa vez, quando cheguei à casa do poeta para uma visita rotineira na Cruz do Pilarzinho, ele falou das tentativas para encontrar, no mapa da Polônia, a pequena cidade de Narájow, supostamente o berço original do clã Leminski. Nada encontrou.  Já tinha desistido quando percebeu uma mosca pousar no mapa. Não titubeou. Levantou-se com uma caneta na mão e fez um circulo no local exato onde a mosca esfregava as patinhas. Ali ficava Narájow. Em seguida concebeu o poema:

uma mosca pouse no mapa
e me pouse em Narájow
a aldeio de donde veio
o pai do meu pai,
o que veio fazer América,
o que veio fazer o contrário,
a Polônia na memória,
o Atlântico na frente,
o Vístula na veia
(…)

Outra vez, durante uma conversa informal na casa da Cruz do Pilarzinho, nos anos 70, ele perguntou amavelmente pela minha namorada, senhorita S., mas se surpreendeu com a minha resposta:

– Está tudo bem, Paulo. Mas hoje ela está com uma namorada… Sim, estou convivendo com esta situação.

Ele reagiu com um sorriso malicioso para, em seguida, repetir uma atitude que lhe era característica ao levantar-se das almofadas aos berros e desaparecer pelo interior da casa:

“Alice, Alice, o futuro chegou!! O Martins tem uma namorada que tem uma namorada!”

Alguns dias depois esta frase (conceito) fazia parte da narrativa do romance em processo Agora é que são elas, usada, obviamente, no contexto da trama.

Outra vez, ao se debruçar sobre uma cena de natureza morta, onde uma cigarra era devorada por dezenas de minúsculas formigas, ele procurou um papel e uma caneta e, em poucos minutos, registrou o poema:

acabou a farra
formigas mascam
restos da cigarra

Parece claro que um dos pontos fascinantes da poesia de Paulo Leminski, junto à consciência do leitor ávido de autenticidade, vem desta observância do cotidiano, da correspondência com a realidade e, por fim, da iniciativa salutar (do ponto de vista da poesia), de promover o reverso, ou seja, a insurreição da fantasia. Como neste poema cheio de revolta (no caso, das palavras):

nunca quis ser
freguês distinto
pedindo isso e aquilo
vinho tinto
hasta la vista
queria entrar
com os dois pés
no peito dos porteiros
dizendo pro espelho:
– cala a boca
e pro relógio
– abaixo os ponteiros

Toninho (Martins) Vaz  – Publicado no jornal Cândido, editado pela Biblioteca Pública do Paraná)

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E se o PT voltar ao poder em 2018?

Luiz Felipe Pondé – Folha de São Paulo

E se Lula ganhar as eleições em 2018? O Brasil terá um retrocesso ao paleolítico –sem querer ofender nossos ancestrais. Sei que inteligentinhos dirão: pelo contrário, as populações mais pobres voltarão a comprar TVs e carros. E eu direi: a bolsa fome é a grande miséria que alimenta o PT e seus associados.

Nelson Rodrigues dizia que, no dia em que acabasse a pobreza do Nordeste, dom Helder, o arcebispo vermelho, perderia sua razão de existir. Por isso, ele e a miséria do Nordeste andavam de mãos dadas. O truque do PT e associados é o mesmo: destruir a economia, acuar o mercado, alimentar uma parceria com os bilionários oligopolistas a fim de manter o país miserável e, assim, garantir seu curral eleitoral.

Como o velho coronelismo nordestino –conheço bem a região: sou nascido no Recife e vivi muitos anos na Bahia–, o PT e associados têm na miséria e na dependência da população seu capital. Mas quero falar de outras dimensões da tragédia que nos cerca caso o PT retome o poder. Desta vez, o projeto “a Venezuela é aqui” se organizará de forma mais concreta.

O Poder Judiciário, já em grande parte na mão da “malta” do PT, servirá ao partido de forma sincera e submissa, destruindo a autonomia da Justiça. Esse processo já está em curso, mas foi, temporariamente, barrado pelo percalço do impeachment e de alguns poucos setores não petistas do Poder Judiciário. O Legislativo se acomodará, como sempre, a quem manda.

O mercado também se acomodará, servindo, de novo, ao coronel Lula ou a algum genérico que o represente. Eliminarão qualquer elo na sua cadeia produtiva que suje seu nome –da empresa, quero dizer– junto à Nomenclatura. Quanto à inteligência pública, essa será devastada.

Perda de empregos, contratos, espaços nos veículos, com a bênção da quase totalidade das Redações e editorias. Se não apenas para eles mesmos não perderem empregos, contratos e espaços, também, e principalmente, porque a quase totalidade das Redações e editorias são petistas ou similares. Nas universidades e nas escolas, a festa. Reforço absoluto da patrulha ideológica de forma orgânica, com apoio da Capes e de sua plataforma Sucupira.

As universidades, entidades quase absolutamente monolíticas e autoritárias, celebrarão a queima total de seus adversários internos e externos. Os alunos, coitados, ou aderirão à retomada vingativa do poder por parte do PT, ou perderão bolsas, vagas e carreiras.

E chegará a vez de as Forças Armadas também serem cooptadas pela hegemonia petista. Uma vez cooptada, como na Venezuela, a regressão ao paleolítico estará plenamente realizada. O controle da mídia, em nome da “democracia”, implicará o silêncio imposto a todos que quiserem pagar suas contas.

A classe artística fará festivais para comemorar o retorno ao poder dos “progressistas” que dão dinheiro para eles gastarem até acabar.

E, quando o dinheiro acabar, como acabou no Dilma 2, os “progressistas” sairão do poder, darão um tempo para os “conservadores” fazerem o trabalho sujo de reorganizar a economia e, quando a casa estiver um pouco mais organizada, voltarão ao poder para gastar tudo de novo. Vivemos duas formas de hegemonia do PT e associados no Brasil: a hegemonia da miséria e do discurso populista de cuidado com ela e a hegemonia do pensamento público e de suas instituições.

A diferença entre o PT de antes do impeachment e o PT de agora será que antes ele ainda fazia pose de defensor das liberdades. Agora, ele perderá a pose e destruirá todo o tecido de liberdade de expressão no país. E mais: a vitória de Lula em 2018 será a prova definitiva de que os eleitores não estão nem aí para suspeita de corrupção pairando sobre qualquer que seja o candidato.

Todo esse mimimi ao redor da Lava Jato ficará claro como mimimi. Dane-se a corrupção. Ninguém está nem aí para isso. A começar pelos intelectuais, professores, artistas e integrantes de grande parte do Poder Judiciário.

O combate à corrupção é (quase) uma farsa. Depressão, ressentimento, medo e vingança serão os afetos que definirão 2019.

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22 de dezembro, 2010 – O Ex-tado do Paraná

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Expectativa frustrada

Painel  – Folha de São Paulo

Henrique Meirelles (Fazenda) passou parte dos últimos dias falando com agências de classificação de risco na tentativa de evitar um rebaixamento da nota brasileira. Segundo relatos de pessoas próximas, o ministro sentiu que o adiamento da votação da reforma da Previdência acabou com qualquer expectativa de que a proposta seja aprovada em 2018. E, sem ela, os olhos dos analistas se voltaram aos perdões de dívidas e isenções aprovados pelo Congresso nas últimas semanas.

Há preocupação de que o pacote de bondades afete a arrecadação do governo, o que contribuiria para a imagem de uma economia mais frágil

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16 de novembro, 2011 – O Ex-tado do Paraná

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Katia Kertzman e Cila Schulman na redação do Correio de Notícias, em algum lugar do passado.  © Lucília Guimarães

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Luz, história e língua

Ruy Castro – Folha de São Paulo

RIO DE JANEIRO – Uma organização internacional elegeu Portugal o melhor destino turístico do mundo em 2017. O arrazoado da premiação aponta algumas qualidades do país e é fácil arrolar muitas outras. Portugal tem serviços de primeira, culinária excepcional, bons vinhos, as melhores praias da Europa, sol na maior parte do ano, um povo de incrível gentileza, cidades lindas e bem cuidadas, e, para os padrões europeus, é baratíssimo. O mundo está apaixonado por Lisboa e vê essa paixão correspondida.

É uma cidade completamente diferente da Lisboa em que fui morar, em janeiro de 1973, para dirigir uma revista local. O ditador Oliveira Salazar morrera havia pouco, depois de 40 anos no poder, mas seu regime continuava, sob as rédeas do sucessor. Rédeas é bem o termo –enquanto a Europa deslanchava em modernidade, Portugal era uma carroça, fechada a tudo que fosse novo ou estrangeiro. A sensação de asfixia era total, na imprensa, nos costumes e no dia a dia. Não se viam jovens nas ruas –as moças viviam trancadas em casa e os rapazes, lutando numa brutal e inglória guerra colonial na África.

Guerra esta perdida, e que resultaria na Revolução dos Cravos, a queda da ditadura, em 25 de abril de 1974. Aos meus olhos, Portugal começou a mudar naquele dia. Desde então, conheceu crises, superou-as e nunca mais parou. Voltei para o Rio em fins de 1975, mas foi como se nunca tivesse saído. E de há muito essa sensação só cresceu: tenho filha e netos portugueses, o que sempre me leva a Lisboa.

Sou maluco por tudo que encanta os turistas em Portugal, mas meu amor por ele se estende a três fatores talvez menos considerados: a extraordinária luz de Lisboa e arredores; os 800 anos de história do país; e a língua, que leio e ouço como se fosse música.

Só uma coisa me preocupa por lá. Brasileiros demais.

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