Sessão da meia-noite no Bacacheri

Lou Jean Poplin (Goldie Hawn) é uma mulher que ajuda o marido a escapar da prisão, para que juntos possam ir até Sugarland na intenção de recuperar o filho, que foi adotado por um casal local. A fuga de ambos provoca uma caçada policial sem precedentes na história do Texas. Direção de Steven Spielberg, 1974, The Sugarland Express, 1h 48m. Baseado em fatos ocorridos no Texas, em 1969.

A Louca Escapada – O jovem Steven.  Para alguns, o Rei Midas de Hollywood, o homem mais poderoso da indústria cinematográfica, um herdeiro dos grandes cineastas americanos do passado. Para outros, o responsável pela infantilização do cinema após a metade dos anos 1970, um eterno meninão que não consegue tratar de forma adulta temas sérios como o Holocausto ou a Segunda Guerra Mundial, um manipulador. Mesmo seus mais ferrenhos críticos, que não toleram o uso excessivo da música grandiosa de John Williams, a fotografia edulcorada e solar de Allen Daviau, Douglas Slocombe ou de Dean Cundey, e de determinadas sequências que parecem ter a nítida intenção de fazer o público chorar, é difícil negar o enorme talento de Spielberg para filmar, seu senso de espetáculo e sua habilidade de guiar o olhar e as emoções do espectador.

Por isso mesmo é curioso voltar ao primeiro de seus filmes (ao menos o primeiro feito para cinema) e observar o nascimento de um cineasta. Rever A Louca Escapada (The Sugarland Express, 1974) serve para isso. Se está longe dos grandes espetáculos que o diretor realizaria no futuro e, aos olhos do espectador que se acostumou com a marca Spielberg, o filme pareça tímido demais, ainda assim é um entretenimento digno e honesto. Continue lendo

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Deu perda total em Gleisi

Em breve, o PT poderá livrar-se da senadora

Parem as máquinas! Gleisi Hoffmann, presidente do PT, escreveu no Facebook que “em reconhecimento à boa administração do governo do PT na Bahia”, o cantor Léo Santana, do alto de um trio-elétrico em Salvador, cumprimentou o governador Rui Costa (PT) e puxou a música “Vai dar PT”. O mais provável é Gleisi ignorasse que o hit “Vai dar PT” nada tem a ver com seu partido. PT, no caso, é “Perda Total”. A composição conta a história de uma moça de 18 anos que “foi pro baile muito louca a fim de se envolver”. Bebe todas. No fim, “vai dar PT, vai dar PT”.

A série de mancadas de Gleisi parece inesgotável. Ela já falou que para prender Lula será preciso “matar mais gente”. Outro dia, postou nas redes sociais uma foto onde, segundo ela, torcedores do Bayern de Munique levantavam uma faixa onde estaria escrito “Forza Lula”. Na verdade, a faixa dizia “Forza Luca” e homenageava um torcedor italiano que entrou em coma após uma briga.

Mesmo assim, o PT não deixa de ter sorte. Em breve, a senadora será julgada pelo Supremo Tribunal Federal, acusada de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. E caso seja condenada, é razoável imaginar que ela se afastará da presidência do partido. De longe, Gleisi é o mais desastrado presidente que o PT já teve desde que foi fundado há 38 anos. Culpa de Lula, que a escolheu e a empurrou goela abaixo do partido.

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Meditando no Carnaval

Fernando Gabeira – O Globo

Andei por Salvador visitando mosteiros, templos e terreiros para um programa de tevê. Encontrei o carnaval duas vezes, em Ondina e no Rio Vermelho. Entrei na multidão para documentá-lo, mas não podia deixar de refletir. Não sou especialista em carval, nem mesmo fui um observador atento da festa nos últimos anos. Meditei um pouco sobre ele não no sentido que os budistas dão à meditação: um processo que esvazia a mente. Aliás, tenho dificuldade de alcançar esse estado de concentração e o mais perto que consigo chegar dele é quando estou boiando de costas. Meditação no meu caso é dar voltas sobre o tema.

Os entendidos dizem que o carnaval libera sentimentos reprimidos durante o ano de trabalho. Pensei: mas o que falta mais ser liberado? Na medida em que os costumes tornam-se mais ousados, o que restará aos foliões nos dias de festa?

Homem vestido de mulher, por exemplo, pode ser considerado um tipo de liberação num tempo em que isto é feito com profissionalismo e sucesso pelos artistas? Já vi poucos homens vestidos de mulher, mas prevejo uma certa decadência dessa fantasia de carnaval. Com o feminismo em ofensiva, as mulheres podem duvidar se certo modo de travestir é mais uma zombaria do que propriamente imitação.

No que me parecia um bem policiado carnaval, com PMs e guardas municipais em movimento entre os foliões, pensei no carnaval do Rio. Um motorista de táxi me disse: um estrangeiro deve achar estranho que num país em crise e o Rio em guerra civil, tanta gente saia para o carnaval. Mas um estrangeiro não sabe da força que impulsiona as pessoas, uma alegria que precisa sobreviver nas mais duras circunstâncias.

Mas há algo que me preocupa no carnaval em nosso esforço de fazer uma grande festa, apesar de tudo. No meio da semana, três vias importantes foram interditadas: Avenida Brasil, Linha Vermelha e Linha Amarela. De repente, minha reação foi pensar que alternativas teria caso tivesse de entrar ou sair da cidade. É assim que a gente começa a se acostumar.

Muitos já consultam o aplicativo “Onde tem Tiroteio” antes de se deslocar. Certos lugares, certas horas tornam-se proibidos. E a gente vai se adaptando.

Com o tempo, descobrimos que a vida está mudada e nosso comportamento é o mais ou menos clássico das populações que vivem em longos conflitos: tocar a vida com alguma normalidade apesar do caos em torno.

Há uma sabedoria nisso, mas também uma certa resignação. E se for a única opção, continuamos com o carnaval apesar de tudo, com nossa vida “normal” apesar de tudo, e as coisas podem piorar.

Claro que a situação e os movimentos do governo, o principal responsável pela segurança pública, são desalentadores. Falou-se num plano de segurança no ano passado e até agora não só saiu do papel como sequer o próprio papel saiu. O governador Pezão disse que o recebeu no meio da semana e não teve tempo de lê-lo. É de se esperar pelo menos que o leia nesse feriado de quatro dias.

Tecnicamente, com um método adequado, suponho que seja um tempo suficiente até para se aprender a ler, quanto mais folhear algumas páginas. Apenas uma fração dessa exuberante energia popular no carnaval seria suficiente para forçar os governos a buscar algo menos reativo, a parar de enxugar gelo.

No momento, as autoridades estão meditando em público sobre a crise. O ministro da Defesa, Raul Jungmann, afirma, com razão, que o sistema de segurança está falido. O governador, por sua vez, diz que na Rocinha os policiais são mortos como se mata galinha. O problema é que estão na linha de frente. “Quem mói no aspro não fantaseia”, dizia Riobaldo, personagem de Guimarães Rosa. Continue lendo

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Pode mentir?

O Palácio do Planalto está preocupadíssimo com o depoimento de Fernando Segovia ao ministro Luís Roberto Barroso, previsto para o dia 19. O diretor-geral da PF, que se notabilizou por falar mais do que deve, deverá ser questionado sobre as conversas secretas que teve com Michel Temer.

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Tempo

Vera Solda com uma das camisetas que fiz para o Bazar do Act (Ateliê de Criação Teatral), curadoria de Luis Melo. Em algum lugar do passado. Foto do cartunista que vos digita.

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Abaixo assinado

Rogério Distéfano – O Insulto Diário

CHEGOU AO LIMITE, não dá para esperar: temos que correr um abaixo assinado para a senadora Gleisi Hoffmann voltar à cor natural dos cabelos. Ela desabona as loiras. Não demora começa a dar bom dia a burro e a conversar com poste (outro, não a posta de Lula). Começou com a história de ver apoio a Lula na faixa de apoio a Luca, no jogo de futebol. Agora tem isso de louvar apoio ao PT em música de Carnaval. E quem quiser, venha para o meu partido, o MDL Movimento de Defesa das Loiras. Das normais, autênticas.

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Carnaval de Curitiba é um horror, diz Greca

Enfim, uma afirmação de Rafael Greca com que a maior parte da população da cidade concorda: “o carnaval de Curitiba é um horror”. Foi isto que escreveu no Facebook para justificar sua ausência (e de Margarita) no Zombie Walk – a festa do domingo de carnaval que leva animais foliões à rua fantasiados de mortos-vivos. Segundo o prefeito, como ficaram até o fim dos desfiles das escolas de samba, na madrugada de sábado para domingo, viraram “zumbis de travesseiro”.

Mandaram representá-los a servidora da Fundação Cultural Ana Cristina de Castro, que escolheu bem sua turma de zumbis. E “porque o Carnaval de Curitiba também é um horror”, arrematou Rafael antes de dar boa noite aos seus seguidores.

ContraPonto

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Anotações à margem

Ruy Castro – Folha de São Paulo

Dilermando, sempre rigoroso em relação a Euclides

O poeta e acadêmico Antonio Carlos Secchin, habituado a descobrir livros impossíveis e reincorporá-los à cultura brasileira, acaba de nos apresentar outra maravilha: um exemplar da terceira edição de “Os Sertões”, de Euclides da Cunha, de 1905 (o livro é de 1902), com anotações a lápis feitas por seu antigo proprietário. O importante é esse proprietário: Dilermando de Assis, o homem que matou Euclides em legítima defesa, no dia 15 de agosto de 1909.

“Os Sertões” já foi esmiuçado de todo jeito. Mas esse exemplar pode contribuir para uma discussão sobre a acuidade de Euclides como narrador de procedimentos militares. Segundo artigo de Secchin no “Globo”, Dilermando tenta ser neutro, mas discorda de Euclides na descrição de várias passagens da guerra de Canudos, eixo da obra. Tinha autoridade para isso —era militar, talvez tenente ao ler o livro, e nem a tragédia que os envolveu impediria sua brilhante carreira no Exército.

Livros ou manuscritos com anotações são leitura sempre fascinante. O exemplo clássico é o original de “The  Waste  Land”, o poema de T.S. Eliot brutalmente canetado em 1922 pelo próprio Eliot e por seu amigo e mentor Ezra  Pound antes da publicação. O fac-símile do original rabiscado saiu em 1971 numa edição da inglesa Faber. Grande copidesque, Pound.

E muita gente daria tudo para folhear a Bíblia anotada por um de seus mais exigentes leitores: o compositor e poeta carioca Jayme  Ovalle (1894-1955). Mas não se sabe o destino desse Evangelho segundo Ovalle.

Já uma hilariante aventura deve ser um mergulho na biblioteca de João do Rio, doada ao Real Gabinete Português de Leitura na sua morte, em 1921. Nas margens daqueles milhares de livros, estão as anotações em que ele dizia o que realmente pensava dos escritores cuja vaidade alisava nos cafés do Rio.

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Bem servido

Rogério Distéfano – O Insulto Diário

OS RESTAURANTES deram de confundir comer bem e comer bastante. Você chega, começa a olhar o cardápio e vem o garçom, só blandícia e cumplicidade, e informa: “nossos pratos são bem servidos”. Esse ‘bem servido’ não é qualidade do garçom; é atributo do prato, transbordante de comida. Comer bem é o mesmo que comer bastante. Bastante, aqui, não no sentido de suficiente, mas de muito, excessivo, demasiado. Dizem médicos e gurmês que comer bem não é se empanturrar. Antonio Houaiss, o do dicionário, dizia de sua dieta: “não como até enfartar”. Conhecido gurmê – meu pai levou-o certa vez para comer sopa de tartaruga em Curitiba -, parava antes de se sentir farto.

A informação não solicitada não estaca no ‘bem servido’. Tem complementos indispensáveis: “dá para duas pessoas” e “pode levar o resto para casa”. Aí começam os problemas. No mínimo quatro, não duas, pessoas enfartam com aquele prato ‘bem servido’. O costume de levar para casa está difundido no ethos e no pathos alimentar. Nem fomos os brasileiros os criadores, vem dos EUA. Porém para os brasileiros com um pé na Europa e outro na cozinha é um doloroso constrangimento sair do restaurante carregando uma quentinha; para isso existe o delíveri e a porta ao lado, onde se compra a comida-para-levar.

O garçom, antes gentil e mesuroso, agora mercenário indiferente, joga a quentinha sobre a mesa. Nessa hora o cliente sensível visualiza um cara na cozinha raspando os pratos e jogando na quentinha com um misto de nojo e desprezo; lembra da mãe, que limpava os pratos na mesa e ali mesmo os empilhava para levar à pia. À injúria segue-se o insulto: se você recusa a quentinha, tem xingamento da mulher – ‘estamos numa república, senhor barone del culo sporco’, barão da bunda suja, dizia meu avô. O máximo que o cliente consegue é o compromisso de não carregar, tarefa do filho emburrado. E sair antes da família, a pretexto de buscar o carro.

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Ao estilo Segóvia

Blog do Noblat

Indique, não afirme. E você escapará de confusões

Tudo indica que a mala cheia de dinheiro carregada às pressas pelo ex-deputado Rocha Loures, assessor especial do presidente Michel e Temer à época, não era para ele, Rocha Loures. Não era mesmo. Tudo indica que era para… Deixa pra lá.

Tudo indica que a reforma da Previdência Social não será aprovada pela Câmara dos Deputados na data desejada pelo governo. Em data nenhuma. Ficará para o próximo presidente.

Uma vez que a maioria dos juízes recebe muito mais do que é pago aos ministros do Supremo Tribunal Federal, tudo indica que eles encontraram uma maneira de desrespeitar o que manda a Constituição.

Para quem não quiser se valer o tempo todo do verbo “indicar”, ofereço outros: sugerir, insinuar, induzir, apontar. Eu, por exemplo, sugiro que todos os indícios recolhidos até aqui apontam para a culpa de Lula em vários processos que ele responde.

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Marcelo Odebrecht entrega nota fiscal de “Lula, o filho do Brasil

Marcelo Odebrecht entregou à Lava Jato uma nota fiscal de R$ 250 mil referente a apoio financeiro para o filme “Lula, o filho do Brasil”. A NF 2930, reproduzida pelo Estadão, foi emitida em 4 de maio de 2009, em nome da produtora Filmes do Equador, de Luiz Carlos Barreto. A descrição dos serviços é a seguinte: “Cota de patrocínio da obra intitulada ‘Lula, o filho do Brasil’. Conforme contrato.”

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Elas

Mônica Rischbieter. © Myskiciewicz

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A quem Segóvia presta serviço

Sem essa de que foi uma trapalhada

O governo apressou-se em batizar de “trapalhada” o que disse Fernando Segóvia, diretor-geral da Polícia Federal, em defesa do presidente Michel Temer, investigado por ordem do Supremo Tribunal Federal. Trapalhada não foi. Foi apenas uma prova a mais de que Segóvia está no comando da Polícia Federal para servir aos políticos enrolados com a Lava Jato – entre eles, o próprio Temer.

Poupe o cavalinho da chuva quem pensa que Segóvia poderá ser afastado do cargo. Embora desgastado, ele continua firme. Virou um subordinado de Temer, sem precisar prestar contas ao Ministro da Justiça.

Ricardo Noblat|Veja.com

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Deus salve Lula

© João Bittar

Todos amamos o Lula, como os ingleses amam a sua rainha. “God save the Queen”. Tem tudo o que nós gostamos: sinceridade, simplicidade, imensa experiência de vida, honradez pessoal, disposição para a luta, boas, boníssimas intenções. Poderia ir até o fim desta crônica citando suas qualidades e certamente ficariam faltando algumas.

Mas vamos e venhamos: até agora não demonstrou qualquer aptidão para exercer um cargo executivo, já não se fala da Presidência da República, que constitui a ponta da pirâmide, mas nem mesmo de cargos secundários que requisitem, além de todas as excelentes qualidades que possui, uma tarimba especial para não só navegar entre os abrolhos da política, mas para exercer de fato um conhecimento da máquina administrativa de um país com as complexidades do Brasil.

Até agora, é bom acentuar, ele não abandonou o palanque que o consagrou como o mais sincero e honesto opositor de tudo o que há de errado no governo e na sociedade. Evidente que não se cobrará dele uma sabedoria profunda de economia, relações internacionais, saúde, transportes, educação etc.

Tive um amigo, empresário com mais de 5 mil funcionários, que sempre perguntava quando um candidato presidencial lhe pedia auxílio para a campanha eleitoral: “Quantas chaminés o senhor já teve?”.

É uma fórmula simplista de questionar a vivência de alguém que vai manipular orçamentos gigantescos, lidar com milhões de funcionários, moderar conflitos de produção e relacionamento entre tantas classes divergentes que compõem uma Nação.

Neste particular, Lula tem dado provas negativas de sua capacidade administrativa. Cobra dos outros a garra e a boa vontade que ele tem de sobra. Quando diz, por exemplo, que tudo está errado, que consertará tudo em quatro anos, dá prova de um messianismo que nem mesmo a Rainha da Inglaterra nunca se atribuiu.

Carlos Heitor Cony – Jornal do Commercio (Rio de Janeiro – RJ), 1/07/2003

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Tchans!

© Sára Saudková

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